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Futuro do Bitcoin estreia na B3 e amplia opções de day trade no Brasil

BITFUT está correlacionado ao índice de bitcoin da Nasdaq, tendo menos influência de fatores locais

Vitor Azevedo Rodrigo Petry

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Foi dada a largada na B3 dos contratos futuros de bitcoin nesta quarta-feira (17). Aguardado há tempos por traders, o índice futuro de bitcoin tem potencial para se tornar tão relevante quanto os minicontratos, de índice ou de dólar, conforme ocorra seu desenvolvimento.

“Os futuros de bitcoin, de fato, trazem para o trader uma alternativa de operação no mercado. No meu entendimento, existe um potencial para ultrapassar os minicontratos (de dólar e índice), em um prazo um pouco mais longo”, diz o trader Alexandre Wolwacz, conhecido como Stormer.

Para a analista da XP Martha Matsumura, o BITFUT não vem para concorrer com ativos já consolidados, “mas sim para compartilhar liquidez”. “É um ativo que não está atrelado à economia local (brasileira). Então, é muito bom para fazer hedge (proteção), inclusive”, disse ela. 

BITFUT versus WINFUT

A descorrelação com o Ibovespa é um dos aspectos destacados por especialistas. Como o BITFUT está correlacionado ao índice Nasdaq Bitcoin Reference PriceTM Index, ele não reflete questões internas, como risco fiscal, entre outros fatores.

“Então, justamente por não ter relação direta com a economia local – com o que acontece aqui, falando em termos de risco político, econômico, do Brasil – ao bitcoin esses fatores não fazem a menor diferença. Isso é uma grande vantagem”, diz ela.

Para Stormer, o BITFUT vai oferecer uma alternativa de “internacionalização” do trade, já que “se livra dos problemas geopolíticos do Brasil”. “Isso vai permitir ao trader se concentrar mais no direcional do gráfico”, completa ele.

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“Não são raras as vezes que o índice futuro está em um movimento (gráfico) e de uma hora para outra, com uma declaração ou outra, tudo é revertido, tudo é modificado; produzindo um risco exagerado para o trader”, reforça Stormer.

Trades à tarde

Segundo Martha, pelas características de volatilidade dos criptoativos, a expectativa é de que as negociações possam se estender por um período mais longo, durante a sessão, em relação ao mini-índice e ao minidólar.

“Normalmente, as negociações de minicontratos ficam mais lentas após o almoço. Agora, como o bitcoin tem volatilidade o tempo todo, inclusive na parte da tarde, pode atrair muitos traders que operam o bitcoin (fora do ambiente da B3)”, completou.

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Martha acrescenta que o BITFUT pode levar traders a “trazerem dinheiro” aplicado nas exchanges do exterior para a B3, “fomentando a liquidez”, e possibilitando o investimentos em outros produtos da Bolsa.

Stormer ressalta que o bitcoin costuma se deslocar mais rapidamente e numa velocidade mais ampla, inclusive no horário da tarde. 

“Isso é positivo, já que o índice tem mais volatilidade pela manhã e à tarde fica mais lateralizado. Assim, podemos direcionar nossos olhares para o BITFUT, que deve se movimentar mais no período da tarde”, acrescenta.

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Mais segurança

Para o trader André Felipe Kod, os futuros de bitcoin devem atrair, sobretudo, traders que operam no exterior e os que encontram dificuldades de acessar suas contas fora do Brasil. Assim, podem encontrar um ambiente mais seguro de negociação.  

“O medo de operar em uma corretora (estrangeira), que pode fechar a qualquer momento e perder tudo, acaba”, exemplifica Kod, em relação a casos de pessoas que perdem dinheiro com carteiras digitais no exterior.

“Se uma corretora cripto sair do ar, você simplesmente perde tudo. Na B3, esse risco não existe. Isso traz uma segurança a mais para os investidores”, reforça Felipe Borges, analista da Nomus. 

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Além da insegurança com as operações com exchanges estrangeiras, Stormer acrescenta que, para os investidores, operando dentro das regras da B3, da CVM e da legislação brasileira há facilidade para levantamento de documentos e informações, como para o Imposto de Renda.

Estreia do futuro de bitcoin

Na estreia na bolsa, nesta quarta-feira (17), o BITFUT terminou com baixa de 2,71%, em linha com o desempenho do Bitcoin, que recuava 3,33% nas últimas 24 horas, conforme o Coin Market Cap. Ao final do primeiro dia, foram 6.670 negócios, que movimentaram R$ 239 milhões.

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