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SÃO PAULO – Em sua última reunião com investidores e acionistas, realizada nesta quarta-feira (5), o CEO (Chief Executive Officer) da Cetip (CTIP3), Luiz Fernando Vendramini Fleury, enfatizou: “o futuro da Cetip está no serviço e inovação”.
A companhia estabeleceu uma parceria com a FNC para fornecer novos serviços para o mercado imobiliário, e que vem sendo tratado pelos dirigentes da companhia como um dos principais projetos.
A empresa espera desenvolver uma solução completa para integrar bancos e avaliadores de imóveis. O objetivo é aumentar a agilidade e segurança para o processo de crédito imobiliário do País.
Outro projeto importante para a empresa é o Cetip Trader, que foi lançado em agosto, em parceria com a ICE (IntercontinentalExchange), uma das maiores bolsas de futuros e de derivativos de balcão do mundo.
A companhia deu um importante passo para o desenvolvimento do ainda incipiente mercado secundário de títulos de dívida corporativa no Brasil com o lançamento de uma ferramenta que se assemelha ao tradicional “homebroker” para as ações. A plataforma busca acelerar a disponibilidade de dados, aumentando a transparência das operações.
Essas foram algumas das questões levantandas por Fleury como fundamentais para o crescimento da empresa: eliminar os gargalos da indústria financeira. E com essa crença, ele acredita que a companhia tem condição para atacar as incertezas do mercado em relação ao futuro da empresa, lembrando que ainda estão em análise, a Cetip como administradora do mercado de bolsas e a criação de uma central de contraparte para instrumentos negociados em bolsa.
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“Estamos avaliando trazer a plataforma da ICE para utilização de uma plataforma central de contraparte para negociação em bolsa. Mas reforçamos que o investimento não será muito além da capacidade da companhia e não deve ultrapasssar 10% da receita líquida”, disse.
Ações CTIP3 sentem peso da concorrência
Um dos principais temores do mercado em torno da Cetip nos últimos meses é a proximidade de uma “Guerra Fria” com a BM&FBovespa (BVMF3), que vem ameaçando a companhia no negócio de renda fixa. “Os sinais de concorrência, que começaram a repercutir em abril, foram largamente incorporados no preço das ações, mas por enquanto são apenas falas”, argumenta o executivo.
Desde o início do ano para cá, os papéis da empresa caíram 10,05%, enquanto o Ibovespa avançou 1,63% no mesmo período. Além do alarde em torno da concorrência, Fleury atribuiu esse desempenho dos papéis a diminuição de crédito na economia e ao fato de que o Brasil perdeu um pouco sua “atratividade” para os investidores estrangeiros.
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Mas apesar do cenário econômico adverso, Fleury reforça que a unidade de títulos e valores mobiliários da empresa conseguiu uma resposta negativa. “Esse ano não foi o melhor para a companhia, mas apresentamos um modelo de negócio resiliente”, disse.
Mesmo com a correlação do resultado com a situação macroeconômica, a Cetip conseguiu mostrar um crescimento “interessante”, comenta o executivo. Quem mais sofreu, por sua vez, foi a unidade de financiamento, porém acreditamos que daqui pra frente o volume de negócios na unidade deve apresentar uma melhora”, avalia.
Troca de cadeiras na presidência
Após três anos e seis meses no comando da companhia, desde o IPO (Initial Public Offering) da Cetip, Fleury anunciou no final de novembro que saíra da companhia, já que seu contrato de quatro anos terminaria no início de julho de 2013. Após deliberarem sobre o assunto, o Conselho decidiu realizar um processo de transição de cargos de forma organizada.
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Durante o período em que Fleury ficou no cargo, a Cetip passou de um valor de mercado de R$ 1 bilhão para mais de R$ 6 bilhões. Ele afirmou que deve continuar no cargo até que o processo de transição termine e um novo presidente seja eleito, o que ainda não há prazo para ocorrer.