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Ele era advogado e trabalhava para o mercado financeiro na parte jurídica, na criação de fundos de investimentos, estruturação de investimento, emissão de capital, debêntures, etc. Aos poucos foi se interessando pelo mercado financeiro, muito além da advocacia.
“Em 2008, quando o Brasil ganhou grau de investimento, tive a ‘brilhante’ ideia de colocar todas as minhas economias em ações da Vale e da Petrobras. Foi antes de estourar a crise (do subprime). Perdi todo o meu dinheiro”, conta Bernardo Pascowitch, sobre suas experiências iniciais na renda variável no episódio 54 do GainDelas, no canal GainCast.
Desconfiança até entender a cripto
Após se recuperar emocionalmente do baque, passou a estudar melhor as opções do mercado financeiro para ir em busca de oportunidades e tentar olhar além do tradicional. Entre 2013 e 2014, conheceu o Bitcoin, mas logo a insegurança veio.
“Pensei: é um negócio descentralizado, ninguém controla, não tem nenhuma autoridade por trás chancelando que aquilo é confiável. Além disso, ele é digital e totalmente online”, recorda.
“Mas, na verdade, tudo isso que mencionei são os pontos positivos do Bitcoin. Mas percebi isso mais à frente”, afirma. “Tudo que criticava estava calcado no meu desconhecimento. Era um hater do Bitcoin”, disse.
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Com a resistência inicial, só veio a investir em criptmoeda entre 2017 e 2018, e mais forte na pandemia, quando teve grande choque de liquidez no mercado global e o Bitcoin ganhou ainda mais relevância. “Hoje, sou entusiasta”, afirma.
Potencial grande
“Esse mercado tem um potencial gigantesco. Apesar de tudo, ele está muito no começo, a adoção é ainda incipiente no mundo. A gente está começando a ver institucional (que gere capital de terceiros) entrando (nesse mercado)”, avalia.
“Bitcoin ainda é ame ou odeie. As pessoas não entendem muito como funciona. Não é palpável. Não se consegue tangibilizar – então é fácil criticar”, diz. Mas ele acha que a tendência é de aos poucos as pessoas buscarem mais conhecimento sobre a moeda digital e participarem desse mercado.
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O trader explica que o Bitcoin tem uma volatilidade muito grande e quem está entrando nesse mundo das criptomoedas e veio do mercado tradicional, demora alguns anos para acostumar com o sobe e desce porque é muito forte.
Volatilidade convidativa
“É forte para queda, mas também muito forte para alta. Então, tem esses dois lados. Sabendo trabalhar bem, com uma boa estratégica, consegue aproveitar muito essa volatilidade, que é convidativa”, ressalta.
“No mercado tradicional, com variação de 1%, 2% e até 3%, é muita coisa, no Bitcoin isso não é nada. Dez, 15%, 20% é algo relativamente normal (no Bitcoin)”, ressalta.
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O especialista em criptomoeda sugere, no entanto, para quem pretende entrar nesse mercado para atuar como trader, que o faça com cautela. Bernardo Pascowitch trabalha com posição de longo prazo no Bitcoin e aproveita a volatilidade grande de alta e baixa para fazer trade.
Ativo global
“A análise técnica do Bitcoin tende a funcionar melhor do que os ativos tradicionais. Não se tem interrupção de negociação (já que o ativo é negociado 24 horas por dia, sete dias por semana)”, afirma.
Ele ainda explica que o Bitcoin é um ativo global e seu comportamento não tem correlação com a Selic, inflação, câmbio e notícias em geral do Brasil.
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“Agora, nada é da noite para o dia. Estou nesse mercado há anos. Tudo é lento, demora, e precisa de conhecimento, não tem atalho”, diz ele, para aqueles que querem operar com a criptomoeda.
“Perdi muito dinheiro com a quebra da FTX. A FTX era a maior corretora de criptomoedas do ocidente. Tinham vários investidores lá. A gente botava a mão no fogo que a FTX não ia quebrar, e, no fim, ela virou pó em dois dias (anunciou falência no final de 2022)”, conta ele.
Assim, Bernardo acha que o BITFUT (mercado futuro de Bitcoin), criado pela B3 em abril, foi muito importante e para quem vai começar a operar ou investir na moeda, acaba sendo uma segura opção. “Já vai tirar um peso gigantesco de risco”, destaca.