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As ações dos frigoríficos brasileiros são as que mais sobem nesta semana, com uma sequência de notícias positivas para o setor. Os papéis ordinários da BRF (BRFS3), até às o começo da tarde desta quarta-feira (28), ganham mais de 15%, os da Marfrig (MRFG3), quase 13%, e os da JBS (JBSS3), mais de 7%.
O primeiro ponto foi que, na manhã de segunda-feira (26), a Pilgrim’s Pride divulgou um resultado acima do esperado. A companhia, que é controlada pela JBS, reverteu um prejuízo na base anual e lucrou US$ 134 milhões de forma líquida, com recuo dos preços dos grãos diminuindo custos e com uma recuperação do preço das aves no mercado internacional.
Mais do que beneficiar a JBS, exlicando parte da alta das ações, os resultados puxaram as companhias do setor para cima com a perspectiva de que o bom momento será replicado nos outros balanços. “Em termos de fundamentos, os resultados mostraram melhorias sequenciais significativas em suas margens de Ebitda nos EUA, no Reino Unido e na Europa”, pontuou o time do Bradesco BBI.
A recuperação de margens, de acordo com Daniel Alencar, analista da XP Investimentos, já era parcialmente esperada – apesar de a Pilgrim’s ter surpreendido positivamente. O analista destaca, para além disso, as sinalizações dos executivos da companhia de que a relação entre oferta e demanda está de lado no começo deste ano, o que pode ser lido de forma positiva.
“O setor de aves é o único de proteína que não está reduzindo produção, inclusive com menos problemas com a gripe aviária neste ano. Foi uma leitura de melhora de margens e de que esse movimento terá continuidade”, explica o analista.
O fator principal, que puxou os resultados para cima, foi a redução de custos. O fim do ano passado foi marcado pela queda das commodities agrícolas, com os juros mais altos nas principais economias do mundo pesando do lado da demanda. Fora isso, sinais de fraqueza da economia da China também derrubaram os preços de produtos como soja e milho, muito utilizados como ração para os animais..
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Mas fora os custos, os especialistas também enxergam melhorias do lado dos ganhos, já que os preços de aves subiram. Entre os motivos para alta dos preços, os especialistas apontam o temor de produtores com a gripe aviária, que levou a uma diminuição da produção apesar do recuo da doença por agora, fora a sazonalidade do quarto trimestre, com datas festivas aumentando a demanda e os feriados impactando negativamente os cortes.
No caso da BRF, o resultado, publicado na noite de segunda-feira também foi visto como positivo, puxando as ações da companhia e do resto do setor na terça. O JPMorgan, por exemplo, disse que a BRF relatou “resultados trimestrais mais fortes do que o esperado”, destacando o segmento internacional.
Já a XP Investimentos comentou, além do segmento internacional, que esperava que a demanda no mercado doméstico sustentasse a recuperação da margem, que foi entregue juntamente com melhores perspectivas de fluxo de caixa em estoques mais baixos e resultados financeiros de caixa sequencialmente melhores.
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“No entanto, a operação internacional ganhou destaque com a recuperação de preços em todos os mercados”, diz a equipe da corretora. “Trouxe uma margem bem acima do que aquilo que era esperado para 2024 e eles falaram que foi uma recuperação em todas as regiões, com preços mais altos em várias localidades”, completa Leonardo Alencar, analista da XP.
Decorrentemente, os números apresentados pela BRF também refletem nos papéis da Marfrig, que tem fatia considerável da empresa.
Por fim, a China também anunciou que não vai renovar a medida que sobretaxava as importações de carne de frango brasileira. Desde 2019, o governo chinês aplicava sobretaxas de 17,8% a 34,2% sobre o frango brasileiro, dependendo da empresa exportadora. “O efeito, apesar de uma leitura positiva, era pequeno. Os preços praticados lá, hoje, não pediam sobretaxas para realizar um efeito antidumping”, fala Alencar.