Decisões do Fomc e Copom, emprego nos EUA e resultados de Petrobras (PETR4) e Bradesco (BBDC4): o que acompanhar na semana

Tudo o que o investidor precisa saber antes de operar na semana

Mitchel Diniz Lara Rizério

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Após uma forte queda do Ibovespa em abril, levando ao pior mês para o mercado acionário brasileiro desde março de 2020, início da pandemia, a primeira semana de maio será bastante movimentada. A “super-quarta” (4), com as decisões de política monetária do Federal Open Market Committee (Fomc) do Federal Reserve e do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, é o grande destaque.

No caso do Copom, os economistas esperam que o Banco Central eleve a Selic para 12,75% na próxima reunião, com destaque para a sinalização dos próximos passos do comitê. Apesar da percepção de que o ciclo de aperto se aproxima do fim, não é descartado que o Comitê mantenha a porta aberta para uma alta mais prolongada da taxa básica à medida em que a inflação segue em nível incompatível com a meta.

Assim, tão importante quanto a decisão será o comunicado do BC após o anúncio. “O comitê deverá indicar um ajuste adicional moderado em sua próxima reunião [de junho], mantendo a flexibilidade, reafirmando que o balanço de riscos para a inflação é assimétrico e que suas próximas decisões estarão condicionadas à evolução da atividade econômica, ao balanço de riscos e às projeções de inflação e expectativas para o horizonte de política monetária relevante” diz análise do Itaú.

O tom do Copom nessa mensagem pode sinalizar até quando os juros devem continuar subindo. Alguns analistas já preveem Selic terminal acima de 14%, visto os últimos dados de inflação. O IPCA-15 de abril, por exemplo, teve sua maior variação mensal (1,73%) em quase 30 anos. “Entendemos que o Banco Central deixará suas decisões futuras condicionadas à evolução do cenário, sem se comprometer, por enquanto, com o encerramento desse ciclo de alta”, diz análise do Bradesco.

Do lado da atividade, a produção industrial de março será divulgada na terça-feira (3), com projeção do Itaú de alta de 0,5% na base mensal, com desempenhos distintos entre os setores. O índice de atividade do Banco Central (IBC-Br), para fevereiro, conhecido como prévia do PIB, será revelado na segunda-feira (2), com expectativa do Itaú de alta de 0,4% na base de comparação mensal.

Em relação à inflação, o IGP-DI de abril será publicado na sexta-feira (6). Sobre o setor externo, a balança comercial de abril será divulgada na segunda-feira. No mesmo dia, o Banco Central publicará sua pesquisa Focus, com a mediana das expectativas do mercado para diversos indicadores relevantes. Nas últimas semanas, a divulgação desta pesquisa havia sido interrompida por conta da paralisação no BC. Sobre isso, cabe ressaltar que os servidores do Banco Central decidiram retomar a greve por tempo indeterminado a partir da próxima terça, após suspensão de 20 de abril a 2 de maio em uma tentativa de avançar nas negociações com a diretoria da autarquia e com o governo.

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Dados de produção e emplacamento de veículos também devem ser divulgados esta semana.

Já na frente política, o Itaú ressalta que a Câmara pode votar o PL 2564, que estabelece um piso salarial nacional
para enfermeiros e outros profissionais de saúde, e tem um impacto fiscal considerável para os governos regionais, de cerca de R$ 16 bilhões por ano.

No exterior, como citado acima, as atenções ficam voltadas para a decisão de política monetária nos EUA. O Fomc deve acelerar o passo de ajuste da política monetária e elevar os juros em 0,5 ponto percentual em meio à persistência da inflação. Além da decisão, os mercados devem acompanhar de perto a coletiva do presidente da instituição, Jerome Powell, após sinalizações mais duras sobre os juros feitas no final do mês passada por ele e que impactaram o mercado.

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A medida preferida de inflação do Fed, o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) subiu 0,3% em março e veio praticamente em linha com o mercado.

A perspectiva sobre os juros globais ainda deve ser impactada pela decisão do Bank of England (BoE), na quinta-feira (5), com expectativa de alta de 1 ponto percentual dos juros, enquanto o mercado também deve reagir a uma agenda pesada de dados de atividade.

Os maiores destaques ficam o payroll, ou relatório de emprego, dos EUA de abril, que fechará a semana na sexta, sendo que o ADP de abril, com dados do setor privado, será divulgado na quarta.

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“Esperamos outro dado forte de emprego em abril. Para as folhas de pagamento, projetamos um aumento de 450 mil vagas e um aumento de 425 mil nas folhas de pagamento privadas. (…) A folga limitada do mercado de trabalho e a forte demanda por mão de obra devem resultar em ganhos médios por hora crescendo 0,5% no mês, ou 5,6% no comparativo anual. Também projetamos que as horas semanais médias sejam mantidas em 34,6. A taxa de desemprego deve cair um décimo, para 3,5%”, aponta o Bank of America.

Já a China, onde o governo promete medidas para proteger a economia dos efeitos da Covid-19, divulga dados de PMIs no dia 4, com sinais sobre a atividade econômica no gigante asiático.

Noticiário corporativo movimentado

A temporada de balanços do 1º trimestre de 2022 tem como destaque os resultados da Petrobras (PETR4) e Bradesco (BBDC4) no dia 5, enquanto outras grandes empresas divulgarão resultados nos próximos dias, como Ambev (ABEV3), Gerdau (GGBR4), CSN (CSNA3) e BRF (BRFS3).

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Já o conselho da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) se reúne quinta e pode retomar a análise da venda da unidade de fibra óptica da Oi (OIBR3) para fundos do BTG, que foi interrompida em abril por um pedido de vistas. A nova carteira teórica do Ibovespa, entra em vigor na próxima segunda, com a entrada de SLC (SLCE3).

Confira o calendário de balanços:

Segunda-feira

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Terça-feira

Quarta-feira

Quinta-feira

Sexta-feira

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados