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Durante a pandemia, o trader André Felipe Kod viveu altos e baixos intensos no mercado financeiro. Chegou a ganhar R$ 225 mil em um mês e, em menos de um ano, multiplicou seu capital inicial por quase seis vezes. Mas em seguida enfrentou prejuízos expressivos, chegando a perder R$ 200 mil em apenas dois dias. Esses momentos extremos o levaram a passar horas diante da tela da plataforma de investimentos, até que decidiu pausar e refletir. Precisava descobrir se operar na bolsa era um vício, uma diversão ou um trabalho.
A pausa trouxe reflexões profundas. Kod fez terapia, reformulou suas estratégias e voltou ao mercado com uma mentalidade renovada. Atualmente, ele se destaca não apenas como trader, mas também como influenciador no segmento de investimentos. Além disso, mantém uma bem-sucedida carreira como construtor, tendo entregue recentemente o seu primeiro edifício residencial, em Maceió. Aos 40 anos, o alagoano é um exemplo de resiliência e busca pelo equilíbrio entre diferentes atividades profissionais.
Filho de uma pedagoga que lecionou por trinta anos em uma escola para cegos e de um engenheiro civil que dedicou a carreira à fiscalização de obras públicas, ele seguiu os passos do pai, só que do outro lado do balcão. “Eu sou o cara que constrói; ele é o cara que fiscaliza”, brinca Kod.
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Desde jovem, ele sempre mostrou espírito empreendedor. Logo após obter o CREA, abriu sua própria construtora, a Kod Engenharia, aproveitando a experiência adquirida em obras durante os anos de formação. Ele também foi pioneiro ao criar a primeira lan house de Alagoas, chegando a ter três unidades. Apaixonado por jogos, foi tricampeão alagoano de Counter-Strike e joga poker regularmente, inclusive participando de torneios em Las Vegas.
Desafios profissionais e início na bolsa
Na construção civil, iniciou a carreira focado em obras públicas, como escolas, praças e tribunais. “Chegamos a ter 130 funcionários, fora os terceirizados”, ele conta. Contudo, o setor trouxe muitos desafios, especialmente para receber pagamentos. “É como se você estivesse pedindo um favor para receber algo que é seu por direito”, observa. Esses desgastes o motivaram a empreender com obras próprias.
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Paralelamente, Kod sempre teve interesse pelo mercado financeiro, mas durante anos acreditou que não tinha capital suficiente para investir em ações. Seu pai, mais conservador, desencorajou a ideia em ocasiões como a crise da Petrobras durante o período da Operação Lava-Jato, quando Kod queria aproveitar a queda das ações. “Meu pai sempre foi muito pé no chão, e eu sempre fui o cara de querer bater asa”, compara.
A decisão de entrar na bolsa veio em 2020, no início da pandemia. Ele converteu todo o dinheiro que tinha em renda fixa para ações, apostando na recuperação do mercado. “Se o COVID for o que todo mundo pensa”, ele disse à esposa, no auge do temor sobre os impactos da pandemia no mundo, “dinheiro não terá valor. Agora, se não for, vamos mudar de vida.” Essa aposta ousada o levou multiplicar o patrimônio em poucos meses.
Em outubro de 2020, Kod começou a operar no day trade, investindo alavancado e multiplicando os resultados. No entanto, o ritmo intenso do day trade trouxe desafios. Em 2021, depois da perda de R$ 200 mil em dois dias, ele percebeu que precisava de uma pausa para reorganizar suas ideias.
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Facilidade e rapidez atraem traders na escolha da plataforma para operar
Reflexão e nova estratégia
Fez uma viagem de vinte dias aos Estados Unidos, determinado a não operar durante esse período. “Eu queria saber se a bolsa era jogo, vício ou uma profissão”, recorda. O afastamento o ajudou a voltar com uma abordagem mais controlada, mesmo enfrentando dificuldades para se acostumar a operar com valores menores.
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A terapia também foi essencial para que Kod equilibrasse as demandas do mercado financeiro e da construtora. “Por mais que a bolsa me gere dinheiro, a empresa sempre terá um lugar na minha vida, porque construí minha história nela”, ele afirma. Em 2021, decidiu reduzir sua atuação em obras públicas e iniciou a construção de seu primeiro edifício residencial, entregue em janeiro.
A conciliação entre as duas atividades veio com ajustes na rotina. Ele passou a operar apenas na abertura do mercado, o período de maior volatilidade, abordagem que se mostrou mais eficiente e menos desgastante. Uma escolha decisiva nessa transição foi a adoção, em 2024, da plataforma de negociação Rocket Trader, que ele considera essencial para o sucesso de suas operações.
“A velocidade e a precisão oferecidas pela ferramenta são fatores cruciais para o day trade”, ele explica, enfatizando a importância de um sistema que permita visualizar o mercado em tempo real, sem discrepâncias entre o que aparece no book de ofertas e o gráfico. A experiência foi tão boa que ele acabou firmando parceria com a Rocket Trader, passando a integrar a rede de influenciadores da plataforma.
Nova linha de atuação
A transição para a carreira de influenciador começou em 2021, após um convite da XP para um evento em Nova Iorque. Kod inicialmente relutava em compartilhar suas experiências, mas percebeu a importância de oferecer conteúdo confiável no mercado.
Desde então, ele vem ganhando seguidores nas redes sociais e lançando produtos que compartilham conhecimento ao mesmo tempo em que geram renda. Começou oferecendo mentorias individuais e, em seguida, criou uma versão automatizada de sua estratégia, disponibilizada em uma plataforma especializada.
“Hoje, enquanto me concentro na abertura, tenho robôs que operam para mim no restante do dia”, ele conta. Recentemente, abriu inscrições para a primeira turma de um curso sobre sua estratégia de operar na abertura da bolsa, que acontecerá no final de fevereiro.
Em 2025, pelo menos durante o primeiro semestre, Kod optou por não iniciar novos projetos na construtora devido aos juros altos, que tornam a relação risco-retorno pouco vantajosa em comparação com a renda fixa. Seu foco será o mercado financeiro e seu trabalho como influenciador. “Será um semestre de dedicação total ao trade”, afirma.
Na vida pessoal, sua fortaleza é a família. Casado há 15 anos com Lícia, Kod utiliza uma metáfora da construção para descrever o papel da esposa em sua vida: “Ela é o meu pilar”. As filhas Lis, de 7 anos, e Maya, de 4, são sua maior fonte de felicidade, motivação e resiliência para realizar novos projetos e enfrentar desafios como governos que não pagam obras, juros altos e dias ruins no mercado.
“É curioso como minhas filhas, apesar de tão pequenas, já conseguem identificar os dias em que as coisas não foram bem para mim na bolsa”, ele conta. “Nesses dias, elas me dão mais conforto, mais carinho, meio que para tentar ajeitar as coisas na minha cabeça.” Mas há um plano para 2025 que ele não sabe se vai conseguir realizar: aumentar a família. “Gostaria de ter um terceiro filho”, ele diz. “Minhas filhas, que antes não queriam, por ciúme, hoje já gostam da ideia. O difícil está sendo convencer minha esposa.”