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O Grupo Fleury (FLRY3), empresa de medicina diagnóstica, registrou lucro líquido de R$ 190,7 milhões no terceiro trimestre de 2024. O valor é 9,5% maior que o obtido no mesmo período de 2023.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 537,4 milhões, 6,2% acima do registrado um ano antes. A margem cresceu 32 pontos-base, para 27,4%.
A receita líquida da companhia foi de R$ 1,962 bilhão, com crescimento de 5%. Um dos destaques do trimestre a vertical B2B (voltada a empresas), com o impulso da frente de apoio laboratorial (lab-to-lab ou L2L). Nessa divisão, que ganhou robustez após a combinação de negócios com o Hermes Pardini, o Fleury atua no processamento de exames para hospitais, laboratórios e outros players.
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No terceiro trimestre, a receita bruta de B2B cresceu 8,4%, para R$ 501,3 milhões. O avanço ocorreu em ritmo mais acelerado do que na vertical B2C, de unidades de atendimento, principal unidade de negócios do Fleury. Nesse segmento, a receita bruta cresceu 5% ante o mesmo período de 2023, para R$ 1,433 bilhões.
“A nossa maior avenida de crescimento continua sendo o B2C”, ressaltou Jeane Tsutsui, CEO do Grupo Fleury, ao InfoMoney. “A depender da marca você tem um maior ou menor crescimento. O fato é que o Fleury tem uma diversificação de receitas e de fontes pagadoras, o que dá mais resiliência para o grupo de uma maneira geral”.
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Mudança de “mix”
Os números do terceiro trimestre mostram uma queda na receita bruta por exame nos dois segmentos. No BC2, houve um recuo de 1,3%, para R$ 37,40. No B2B, a queda foi de 5,3%, para R$ 10,2. Por outros lados, houve crescimento nos volumes, de 6,3% e 14,4%, respectivamente.
A CEO explica que houve uma mudança de mix. “Estamos fazendo mais exames de análises clínicas do que exames de imagem”, afirma, se referindo à vertical B2C. No segmento de atendimentos a empresas, também há uma expansão em exames de menor complexidade. Nos dois casos, são procedimentos de tíquete menor, porém com margens mais saudáveis, diz Jeane.
Preparada para um cenário desafiador
O Fleury reduziu sua dívida líquida em 7% no terceiro trimestre, para R$ 1,872 bilhão. A alavancagem da companhia ficou em 1 vez a relação dívida líquida e Ebitda. A empresa diz estar com perfil de endividamento confortável para enfrentar um cenário de juros elevados, após ter conseguido alongar e reduzir o custo da dívida.
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A companhia fez duas emissões de debêntures este ano para rolar a parte mais cara do seu endividamento, sem perder a mão, como observa o CFO, Jose Filippo. “Se você alonga demais o prazo, isso tem um custo, um prêmio a pagar. Com as duas operações, encontramos o ponto certo para não encarecer a emissão”, explica o executivo.
Ele afirma que a recente emissão de R$ 1,1 bilhão, concluída agora em novembro, foi uma das captações de menor custo já feitas pela empresa e vai permitir “um alongamento para mais ou menos um ano em prazo médio da dívida”.
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Filippo afirma que uma estrutura de capital conservadora é mais apropriada para um cenário de juros mais altos por mais tempo. Ao mesmo tempo, faz com que seja possível aproveitar oportunidades de alocação de capital e usa como exemplo a aquisição do Grupo São Lucas, anunciada em abril deste ano e concluída no final de agosto.
“A gente está preparado para fazer novas aquisições”, afirma o executivo, desde que a oportunidade esteja dentro dos parâmetros econômico-financeiros, estratégicos e culturais da empresa.
“Nos ativos de mais qualidade, os preços realmente não cederam de forma compatível com o custo de capital e, consequentemente, os indicadores econômico-financeiros que a gente busca estavam mais difíceis de ser alcançados”, explica. “Nós temos o nosso pipeline de ativos que a gente monitora”.
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A geração de caixa operacional do Grupo Fleury no período foi de R$ 558,7 milhões no trimestre, com alta de 16,2%.