Fitch vê chance significativa de rebaixamento na Itália, mas afasta corte na França

Decisão sobre Itália deve vir após análise dos seis países da Zona do Euro que têm notas de crédito sob observação negativa

Mariana Mandrote

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SÃO PAULO – A agência de classificação de risco Fitch Ratings considera que há uma chance significativa de cortar o rating da Itália após concluir sua análise sobre os seis países da Zona do Euro que têm notas de crédito sobre observação negativa.

Atualmente, a dívida soberana da Itália tem um rating A+, com vigilância negativa. “Uma coisa que ajudaria a Itália, mas que está fora de seu controle imediato, é dissipar as dúvidas sobre a sua liquidez, o que significa, basicamente, ter uma rede de segurança, como os fundos europeus”, afirmou o diretor de ratings soberanos globais da agência, David Riley, citado pela Reuters.

“No momento não temos isso, o que é um motivo de grave preocupação em relação a Itália. É uma das razões pelas quais temos o rating sob vigilância negativa, e explica porque acreditamos que, assim que concluirmos a revisão, a classificação tem chance significativa de cair”, acrescentou Riley, que participa de um evento da Fitch em Londres.

Em dezembro passado, a Fitch colocou em uma lista de observação negativa – o que indica a chance de corte no curto prazo – as notas da Bélgica, Espanha, Eslovênia, Itália, Irlanda e Chipre.

França deve sustentar triplo A
Se o rating da Itália e da Espanha pode sofrer uma redução de um ou dois níveis, a França deve sustentar a nota de crédito AAA este ano, de acordo com a Fitch. No final do ano passado, a agência rebaixou a perspectiva da nota da França de estável para negativa.

“Considerando algumas tendências atuais em termos econômicos e orçamentais na França, não prevemos um corte este ano”, disse o diretor de ratings da Fitch para a região da Europa e Oriente Médio, Ed Parker, que também está em Londres.

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Ele acrescentou que a Alemanha e outros países com classificação máxima e perspectiva estável também estão a salvo, desde que a crise de dívida não se deteriore significativamente.