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SÃO PAULO – Em nota enviada na tarde desta quinta-feira (11), a agência de classificação de risco Fitch concedeu um rating de longo prazo “BBB” à proposta de emissão de eurobônus da Vale (VALE5, VALE3), anunciada pela mineradora nesta manhã.
Entre os aspectos citados pelos analistas, estão o sólido perfil financeiro da companhia, as perspectivas de recuperação de seus ganhos nos próximos anos, sua liderança em diversos segmentos e a elevada qualidade de seus produtos.
Recuperação da rentabilidade
A Fitch reconhece que, em 2009, o desempenho da Vale foi fortemente afetado pela redução de preços e de volumes negociados, bem como pela greve de suas operações de níquel no Canadá, resultando em queda dos demonstrativos de rentabilidade. “Apesar disso, a Vale encerrou 2009 com medidas de proteção ao crédito fortes, mesmo em meio às difíceis condições de mercado”, avalia a equipe.
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Além da saúde financeira da mineradora, a Fitch elogia também sua liderança nos mercados de minério de ferro e níquel, “que lhe permite administrar o fornecimento de forma a suportar os preços até certo ponto”, bem como sua crescente presença nos segmentos de alumina e cobre. Paralelamente, a elevada qualidade do minério da Vale lhe permite um fluxo de caixa positivo mesmo durante baixas cíclicas, afirma a agência.
Projeções
Além dos elogios concedidos, a equipe de analistas da Fitch também lançou mão de algumas projeções específicas para os próximos desempenhos da mineradora. Para a agência, o Ebitda (medida de fluxo de caixa) da empresa em 2010 deverá somar cerca de US$ 16 bilhões, beneficiado pela elevação dos preços médios da maioria dos produtos em relação a 2009 e um aumento de 20% nos volumes de vendas de minério de ferro e pelotas.
Outro ponto abordado pela agência são os investimentos previstos e o fluxo de caixa livre que restará. A Vale pretende investir US$ 12,9 bilhões em 2010, o que, na visão da Fitch, deverá lhe trazer um fluxo de caixa livre negativo em mais de US$ 8 bilhões, “o que resultaria em aumento da dívida líquida para, no mínimo, US$ 22 bilhões ao final de 2010, frente aos US$ 14,3 bilhões ao final de 2009”.
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Além dos investimentos, gastos com aquisições, como os US$ 5,7 bilhões na compra de ativos em fertilizantes, também deverão contribuir para a deterioração no fluxo da mineradora. No entanto, a despeito do que os números possam indicar, a Fitch não vê razão para grandes temores.
“Na condição de mineradora líder, com confortável posição de liquidez e estrutura de capital, a Vale está bem posicionada para adquirir outras empresas de mineração ou ativos a elas pertencentes. Seus demonstrativos financeiros também são fortes o bastante para suportar a maioria das aquisições, sem que a empresa sofra rebaixamento de seus ratings”, afirma a nota da Fitch.