Fintech Rispar amplia crédito com Bitcoin, Ethereum e outras 4 criptomoedas

Empresa está lançando um aplicativo que amplia opções dos clientes e ainda permite que outras companhias utilizem o serviço de crédito

Rodrigo Tolotti

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A Rispar, fintech que oferece crédito em reais com garantia em criptomoedas, está ampliando seu portfólio de moedas digitais disponíveis para obtenção de crédito, que deixa de ser apenas com Bitcoin (BTC). Isso se torna possível com o lançamento de um aplicativo próprio, que traz ainda outras funcionalidades.

“Esse novo produto já nasce com múltiplas criptos, o que chamamos de cesta de garantias. Vamos começar com seis ativos, mas vamos expandir semanalmente”, afirma Rafael Izidoro, CEO e fundador da Rispar. Nesa primeira versão estarão disponíveis: Ethereum (ETH), Tether (USDT), Chiliz (CHZ), Polkadot (DOT) e Pax Gold (PAXG).

Além disso, ele explica que o cliente poderá combinar diversas criptos para realizar uma operação, somando frações diferentes de cada ativo para conseguir atingir o valor mínimo para pegar crédito.

Segundo Izidoro esse é apenas o primeiro pilar de três novidades que o aplicativo da companhia irá oferecer aos clientes. Ele explica ainda que a ideia era lançar a novidade no ano passado, mas que o app demorou um pouco mais que o previsto por conta da baixa do mercado em 2022. Por outro lado, explica, esse tempo também ajudou para que a empresa criasse um produto ainda mais completo.

A segunda funcionalidade do aplicativo, que não estará disponível nessa versão inicial, é realizar uma operação inversa, conseguir comprar criptoativos utilizando o crédito Rispar, no modelo Crédito Direto ao Consumidor (CDC), uma modalidade que garante crédito de forma mais fácil e rápida.

E por fim, a ideia é que esse novo produto seja white label, ou seja, que dará a oportunidade para que outras empresas possam utilizar suas soluções de crédito em suas próprias versões. “Na prática, o que nós fazemos com o nosso aplicativo, poderá ser feito por terceiros também. O Mercado Bitcoin pode fazer isso, a Foxbit pode fazer isso, porque são APIs (Interface de Programação de Aplicação)”, afirma o executivo.

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Por enquanto o aplicativo só está disponível para aparelhos Android, mas a previsão é que ainda em fevereiro a versão de iOS esteja disponível. Além disso, para acessar, o cliente deverá possuir um código recebido por convite, sendo que quem ainda não possuir, poderá realizar um cadastro rápido na plataforma para poder receber.

Mudança de rota e impacto da FTX

Izidoro lembra que no ano passado a companhia já havia anunciado a intenção de se tornar um banco digital, oferecendo conta para os clientes, mas que isso mudou ao longo do ano e com o adiamento do aplicativo por conta do mercado de baixa.

“Na prática, uma das maiores dificuldades que vimos na época era que no nosso produto, o cliente precisava transferir o dinheiro para uma conta que fosse da mesma titularidade”, explica. Porém, isso mudou com a evolução do open finance no Brasil, que já permite resolver esse tipo de questão, então a Rispar decidiu não oferecer uma conta digital e focar no desenvolvimento de outras soluções.

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Nesse meio de caminho, a companhia também conseguiu lançar o seu Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), estruturado pela gestora QR Asset, o que segundo Izidoro abriu um leque de oportunidades em novos produtos que a Rispar poderia montar para seus clientes. Diante disso, a companhia mudou os planos e começou a criação de um aplicativo totalmente do zero, resultado que está sendo lançado agora.

O FIDC também favoreceu a companhia no fim do ano passado, quando explodiu a crise da exchange FTX, até então a segunda maior do mundo. Com um fundo como esse, a Rispar consegue oferecer uma série de garantia, sendo alvo de constantes auditorias. “Todas as nossas reservas são colaterais do FIDC. Qualquer saída das carteiras precisa ter a assinatura do gestor do fundo”, explica Izidoro.

Diante disso, quando a FTX quebrou e diversos clientes foram questionar a companhia sobre sua saúde financeira e garantias, o fato de haver um FIDC por trás conseguiu manter o negócio da empresa sem uma crise de confiança. O executivo reforça ainda que em breve a Rispar também irá lançar um sistema de proof of reserves, em que deixa comprovado que possui sua custódia garantida.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.