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A plataforma de crédito de criptomoedas BlockFi entrou com pedido de proteção contra falência nesta segunda-feira (28) nos Estados Unidos, dias após ter suspendido saques em meio ao contágio pela falência da exchange FTX.
A empresa anunciou hoje que está ingressando na Justiça com pedido no âmbito do Capítulo 11, dispositivo da lei americana similar ao da recuperação judicial no Brasil. A BlockFi, portanto, indica que pretende se reestruturar enquanto mantém as operações nesse meio tempo.
De acordo com um comunicado à imprensa, a BlockFi tem cerca de US$ 257 milhões em caixa. Uma afiliada com sede nas Bermudas também está entrando com pedido de liquidação, também similar à recuperação judicial.
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No pedido, os executivos da BlockFi estimam que a empresa tenha mais de 100 mil credores, além de ativos e passivos entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões (o valor exato não foi especificado).
Os maiores credores da empresa incluem o braço da FTX nos EUA, a FTX US, identificada no processo como West Realm Shires Inc. A corretora falida tem um crédito de US$ 275 milhões junto à BlockFi. Já a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (a SEC) tem US$ 30 milhões.
A maior credora da BlockFi é a Ankura Trust Company, com crédito de US$ 730 milhões. A maioria dos nomes dos outros 50 principais credores não foi divulgada.
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A BlockFi suspendeu saques há algumas semanas devido à crise da FTX, da qual havia obtido uma linha de crédito de US$ 400 milhões para manter as operações após um grande cliente no início deste ano. Ao anunciar a suspensão das retiradas, a BlockFi alertou os clientes a não depositarem recursos na plataforma.
No entanto, a própria FTX entrou com pedido de falência na segunda semana de novembro. A empresa precisava captar investimento a um valuation inicial de US $ 1 bilhão em junho, após levantar US$ 350 milhões a US$ 3 bilhões em março de 2021. Em julho, a empresa disse que pretendia abrir o capital em 2023, mirando uma captação de US$ 500 milhões.
No entanto, a empresa teve que pagar US$ 100 milhões em fevereiro como parte de um acordo com a SEC e vários reguladores estaduais por alegações de que seu produto de empréstimo cripto de alto rendimento violou as leis estaduais e federais de valores mobiliários. Como parte do acordo, a BlockFi também teve que registrar seu produto BlockFi Yield na SEC.
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A empresa também cortou cerca de um quinto de sua força de trabalho em junho, em meio ao recuo do preço das criptomoedas, que foram de US$ 3 trilhões há um ano para US$ 1 trilhão em junho.