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SÃO PAULO – As ações da Oi (OIBR3;OIBR4) registram expressiva valorização no ano, com ganhos superiores a 100% (ainda que a um valor de face baixo, de R$ 1,80 para OIBR3 e R$ 2,50 para OIBR4), em meio ao aumento da confiança sobre os planos da companhia, que ainda atravessa um processo de recuperação judicial.
Com venda de ativos no radar e maior foco na operação de fibra ótica, quais os passos que os executivos estão vendo para a companhia?
Em relatório, os analistas Fred Mendes, Cristian Faria e Gustavo Tiseo destacaram reunião que tiveram com o CEO da Oi, Rodrigo Abreu, e a CFO, Camille Faria, trazendo as suas impressões sobre o encontro.
A Oi afirmou que o plano de recuperação aprovado não vem sofrendo questionamentos diferentes dos que já foram negados pela Justiça, e que a probabilidade de passar por mudanças é baixa.
Vale ressaltar que a desembargadora Mônica Maria da Costa, da 8ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, negou na última quinta-feira (19) o pedido de liminar apresentado por advogados que representam o Itaú Unibanco contra a decisão que homologou o aditamento ao plano de recuperação judicial da Oi. O pedido era pela suspensão do cumprimento das disposições contidas no aditamento, além do bloqueio de recursos provenientes de futuros leilões de ativos da operadora.
A Justiça também rejeitou os pedidos de liminares apresentados por Banco do Brasil e Santander, credores da Oi que também tentavam suspender os leilões judiciais de ativos ou bloquear os valores oriundos dessas operações. Os primeiros leilões, de torres de telecomunicações e de data centers, da Oi estão marcados para a próxima semana, mais precisamente para o dia 26 de novembro.
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Em relação à venda de ativos, a Oi informou que as iniciativas vêm conforme o esperado e acredita concluir a venda de seus ativos móveis até novembro de 2021. Para a área InfraCo, a empresa espera que a fase de recebimento de propostas vinculantes deva ocorrer em janeiro de 2021, visto que o processo encontra-se em fase de due diligence (auditoria legal).
A Oi afirmou ao Bradesco BBI que espera poupar entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões em gastos administrativos gerais em 2021, com o programa de demissão de cerca de 2.000 funcionários, apesar de haver um aumento pontual dos custos no quarto trimestre.
Além disso, o Bradesco BBI destaca que a Oi vem realizando mais rápido do que o esperado a expansão das redes no modelo “da fibra para o lar” (FTTH ou Fiber-to-the-Home), em que a conexão de internet é fornecida por meio de um cabo de fibra óptica que vai do operador até o cliente. É uma internet mais rápida e segura.
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A Oi está adicionando 150 mil novos lares de conexão ao mês, um ritmo superior ao de seu plano inicial. O Bradesco BBI atribui o movimento a uma demanda maior por serviços de alta qualidade devido à expansão do home office e de ensino à distância por conta da pandemia. A empresa afirma que conseguiu reduzir o preço de implementação da tecnologia de R$ 1.200 para R$ 900 por local.
A taxa de adesão ao modelo chegou a 22% no terceiro trimestre e deve mirar na faixa de 30% no médio prazo. A Oi atribui 80% da expansão do modelo à inclusão de novos clientes que optam pela nova tecnologia, enquanto apenas 20% da expansão se deve a clientes antigos que migram de modelo.
A competição com pequenos ISPs – ou provedor de Serviço de Internet – não é vista como tão desafiadora. Porém, o cenário pode mudar se a empresa decidir entrar no mercado paulista e eventualmente competir com a Vivo (VIVT3). Enquanto o mercado de “fibra para o lar” oferece vantagens competitivas para players que chegam primeiro, a Oi observa que está bem posicionada principalmente por causa de sua arquitetura, equipamentos e melhor qualidade de rede, visto que pode absorver todo o aumento do tráfego de dados já que possui toda a “espinha dorsal” da operação.
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“Os dados de reclamações da Anatel reforçam isso pois, ao contrário de outros players do mercado, não houve aumento significativo nas reclamações da Oi, não obstante o grande crescimento de sua base de clientes”, avalia o BBI.
O Bradesco BBI afirmou que a mensagem geral da Oi foi “bastante positiva”, com destaque para a ampliação do modelo “da fibra para o lar”, que deve levar à receita residencial a crescer em 2021.
O banco reafirmou a posição da Oi entre suas top picks (principais recomendações de compra) entre empresas de telecomunicações na América Latina, com uma avaliação de outperform (desempenho acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 3,10 para o papel OIBR3, alta de 71% frente os R$ 1,81 do fechamento da véspera.