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SÃO PAULO – Se você é crítico das políticas de flexibilização monetária realizadas pelo Federal Bernanke, é melhor rever os seus conceitos. É o que avalia o estrategista-chefe de mercado do ConvergEx, Nicholas Colas. Sem estas intervenções, o VIX, também conhecido como “índice do medo”, poderia estar bem mais alto do que o normal.
O VIX é o índice que mede a volatilidade das opções sobre ações do S&P 500 negociadas na bolsa de Chicago, e por isso indica momentos de grande nervosismo do mercado – sempre que há uma grande mudança de rumos nas bolsas, o preços das opções tende a oscilar mais forte que o das ações.
Em entrevista ao Market Watch, Colas observa que, em tempos como os atuais, o VIX estaria com uma pontuação duas vezes maior do que a atual. O estrategista-chefe destaca que o índice apresenta um desvio bastante baixo em relação à sua média de longo prazo.
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Isso é particularmente intrigante, em um período em que, dentre outros eventos, ocorreu um ataque terrorista em Boston, uma reestruturação problemática no Chipre, um crash do mercado de ouro, dados econômicos péssimos nos Estados Unidos e nenhum sucesso para conter os empréstimos na maior economia do mundo.
Colas ressalta que os investidores deveriam começar a pensar porque o índice VIX diminuiu em relação à sua média histórica. ”Na minha opinião, há uma explicação muito fácil. A única coisa diferente entre os anos de 1990 e 2000 é o programa de títulos do Federal Reserve”, observa.
Ao inundar o mercado com liquidez, o Federal Reserve acabou inflacionando os preços dos ativos, esvaziando as preocupações se os preços iriam cair vertiginosa ou rapidamente, afirma. ”Com isso, é como se o Fed desse ao mercado de capitais um enorme copo de leite morno ou um Ambien [remédio contra a insônia]”, afirma.
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Por outro lado, é possível lucrar caso acredite que o VIX reverta esta tendência no longo prazo, uma vez que alguns ativos podem se beneficiar do cenário de maior volatilidade.