Fed eleva projeções para PIB e inflação nos EUA, mas indica juros estáveis até 2023

Entre as projeções, o Fed prevê agora que o PIB americano tenha um crescimento de 6,5% este ano, contra uma previsão anterior de 4,2%

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) decidiu nesta quarta-feira (17) manter as taxas de juros nos Estados Unidos entre 0% e 0,25% e elevou bastante suas projeções para a economia americana.

Além disso, os integrantes do Federal Reserve sinalizara que não haverá uma elevação dos juros até 2023, apesar de uma perspectiva de melhoria e de uma virada neste ano para uma inflação mais alta.

Como amplamente esperado, o Comitê também votou para manter as taxas de empréstimos de curto prazo estáveis perto de zero, enquanto continua um programa de compra de ativos no qual o banco central compra pelo menos US $ 120 bilhões em títulos por mês.

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As principais mudanças ocorreram na forma como os bancos centrais veem o caminho econômico à frente e no impacto que isso poderia ter sobre as políticas.

“Após uma moderação no ritmo de recuperação, os indicadores de atividade econômica e de emprego aumentaram recentemente, embora os setores mais afetados pela pandemia continuem fracos. A inflação continua abaixo de 2%”, diz o comunicado do Fomc.

Entre as projeções, o Fed prevê agora que o Produto Interno Bruto (PIB) americano tenha um crescimento de 6,5% este ano, contra uma previsão anterior de 4,2%.

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Para 2022 e 2023, os diretores projetam alta de 3,3% e 2,2%, respectivamente, antes que o crescimento econômico se estabeleça em um intervalo de longo prazo de 2,3%.

Além disso, o Fomc também projeta que o desemprego nos EUA cairá para dos atuais 6,2% para 4,5% até dezembro. Na projeção anterior, a expectativa apontava para uma taxa de 5%.

Enquanto isso, as expectativas para o núcleo da inflação subiram, com o comitê buscando agora uma alta de 2,2% neste ano, medido pelas despesas de consumo pessoal.

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Nas últimas semanas, a tensão no mercado aumentou com preocupações de que a inflação em alta poderia representar um perigo maior do que o Fed pensa.

Os rendimentos dos títulos do governo (Treasuries) subiram para os maiores níveis desde antes do início da pandemia à medida que os investidores se preocupam com a erosão da inflação no principal de seus ativos de renda fixa. A inflação é ruim para os títulos, pois significa que os pagamentos futuros de juros para mantê-los valem menos. Rendimentos em alta significam preços em queda, que ocorrem quando os detentores estão vendendo seus títulos.

O Fed, porém, se mostrou confortável com algum aumento nos rendimentos, desde que isso ocorra em resposta ao crescimento econômico. O BC americano considera a inflação de 2% um nível saudável para a economia, ao mesmo tempo que dá espaço para o Fed respirar em sua política. Caso a inflação saia do controle, as autoridades acreditam que têm as ferramentas para controlá-la.

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Nas últimas semanas, houve alguma expectativa do mercado de que o comitê poderia ajustar o programa de compra de ativos para comprar mais títulos de longo prazo para empurrar para baixo as taxas ainda mais na curva, mas não houve indicação disso na decisão desta quarta-feira.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.