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SÃO PAULO – O empresário Rubens Ometto, fundador e presidente do conselho de administração da Cosan (CSAN3), considera que o presidente Michel Temer fez um “excelente trabalho” até agora, mas diz ser necessário endurecer o discurso até que se consiga aprovar as reformas. “Sem elas, eu não tenho interesse nenhum em fazer investimentos no Brasil”, disse o empresário em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo nesta terça-feira (9).
Ele destacou a necessidade do Brasil se modernizar e de se criar gestão pública meritocrática. “Se não tem dono, não tem gente em cima preocupada em fazer uma gestão saudável e dar o máximo do rendimento”.
Questionado se considera que falta um pouco de João Doria, que foi eleito à prefeitura de São Paulo com esse discurso, no governo federal, ele disse que sim. “Doria é um caso específico. Tem de se fazer com que isso seja generalizado. Surgirão outros expoentes como ele”, comentou, descartando em seguida possíveis ambições políticas. “Não. Nem para cargos”, disse.
Para ele, contudo, Temer tem as condições necessárias para convencer os políticos a aprovarem as reformas. “Temos de apoiá-lo porque é fundamental para o País. E, se não forem aprovadas, estamos entre o céu e o inferno. Tem de ter um patriotismo em favor de um bem maior e essas reformas consolidam isso”, comentou.
Ao ser perguntado se a Lava Jato arranhou a imagem do empresário, Ometto disse que isso não é “culpa” da operação da Polícia Federal. “O empresário sempre é visto como bandido. É injusto. Única novela que vi que o empresário era bom foi em Pecado Capital (de Janete Clair), com a personagem de Lima Duarte (Salviano Lisboa)”, disse. Para ele, vai haver uma renovação grande com a Lava Jato e que isso é muito saudável, já que muda a maneira de se fazer negócio entre o público e privado.