Eztec (EZTC3) registra trimestre fraco impactado pela queda nos lançamentos; ação cai 4,50%

Analistas preveem reação negativa dos investidores na sessão desta sexta-feira

Felipe Moreira

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A Eztec (EZTC3) reportou vendas brutas de R$ 346 milhões em valor geral de vendas (VGV) no terceiro trimestre deste ano, queda de 26,5% frente ao mesmo período de 2022, informou a construtora na última quarta-feira (11).

Já as vendas líquidas totalizaram R$ 281 milhões no 3T23, um recuo de 32% na compração ano a ano.

A velocidade de vendas (VSO) líquida foi de 9,6% no 3T23, um recuo de 3,7 pontos percentuais em relação ao terceiro trimestre de 2022.

Os números não agradaram o mercado: nesta sexta-feira (13), os ativos caíram 4,50%, a R$ 16,35.

Na avaliação do Itaú BBA, a Eztec relatou um conjunto fracos de números operacionais, já projetando reação ligeiramente negativa do mercado na sessão desta sexta-feira, dada: i) a tão esperada desaceleração nas vendas, já que a empresa havia divulgado anteriormente um volume limitado de lançamentos para o trimestre; e ii) a convicção de que o fraco desempenho foi um tanto antecipado pelo mercado (queda de 25% no último mês versus queda de 15% da Cyrela).

Segundo o BBA, as vendas líquidas ficaram 40% abaixo de suas estimativas devido a uma redução significativa nos lançamentos.

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Com relação a distratos de vendas, os números chegaram a R$ 65 milhões, quase estáveis ​​no trimestre, mas com aumento de 18% na base anual, “mais uma vez pressionados pelo projeto Parque da Cidade (sete unidades ou R$ 15 milhões)”, explica BBA.

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O Goldman Sachs também projetava uma reação negativa nas cotações das ações da Eztec devido a vendas e lançamentos mais fracos do que o esperado.

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A equipe de research do Goldman comenta que, embora esperasse uma queda sequencial nas vendas da cosntrutoras, estas superaram suas expectativas, com as vendas caindo 33% sequencialmente, resultando em uma diferença de 12% (R$ 281 milhões em vez de R$ 321 milhões) em relação às suas estimativas.

“Notavelmente, as vendas brutas de lançamentos tiveram a maior queda sequencial, com uma diminuição de 58% em relação ao trimestre anterior, para R$ 82 milhões, enquanto as vendas em andamento permaneceram praticamente estáveis em R$ 224 milhões”, diz Goldman Sachs. Portanto, o banco vê as vendas de lançamentos mais baixas como potencialmente cruciais para explicar a diferença.

O Bradesco BBI, por sua vez, ressalta que após recuperação nos lançamentos no 2T23, a Eztec apresentou um trimestre fraco em termos de lançamentos (-82% na base trimestral e -79% na base anual) e vendas, com VSO de um dígito em 9,6%, queda de 3,7pp na comparação anual.

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Apesar da melhora esperada na margem bruta no 3T23 à medida que as obras do Parque da Cidade avançam e os projetos com melhores margens ganham mais participação no reconhecimento de receita (POC) da empresa, analistas do BBI não veem o 3T23 como um ponto de virada em termos de melhora do retorno sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês), pois a empresa ainda enfrenta um cenário desafiador, a fim de aumentar a sua rentabilidade sobre o seu valor contábil.

O Bradesco BBI manteve classificação neutra e preço-alvo de R$ 27 para Eztec, já que as ações são negociadas a 8,9 vezes Preço/Lucro (prêmio de 53% em relação aos pares) e, apesar de ainda ser um dos principais veículos para atuar macro no Brasil, a lucratividade abaixo dos pares e a deterioração na narrativa do MCMV devido ao FGTS não oferece uma relação risco-recompensa favorável.

A XP Investimentos também manteve recomendação neutra para a construtora, com um preço-alvo de R$ 22,0, uma vez que continua a ver um cenário desafiador de acessibilidade no segmento de média renda.

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Apesar dos dados operacionais fracos, o Itaú BBA reiterou avaliação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 32, porque enxerga a ação como uma boa maneira de capturar a melhora no cenário macro, bem como a expectativa de melhora no cenário micro nos próximos trimestres.