Exterior positivo é insuficiente para estimular alta do Ibovespa, em meio a temor fiscal

Depois de subir 0,36%, na máxima, o Ibovespa migrou para o território negativo, perdendo o nível dos 127 mil pontos

Estadão Conteúdo

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O tom positivo externo, que engloba alta das bolsas do Ocidente e do minério de ferro, é insuficiente para estimular elevação do Ibovespa, em dia de vencimento de opções sobre ações e em meio aos ruídos políticos e o fiscal.

Depois de subir 0,36%, na máxima aos 127.772,52 pontos, o Ibovespa migrou para o território negativo, perdendo o nível dos 127 mil pontos. Os investidores avaliam as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em meio ao debate sobre a MP da reoneração da folha de pagamentos que, segundo Rodrigo Pacheco (Senado), será mantida, Haddad disse que o presidente da Câmara, Arthur Lira, deve se reunir com os líderes da Casa na semana do dia 29.

“Tudo foi negociado de forma transparente”, disse, sobre a desoneração e outros projetos econômicos.” Às 11h31 desta sexta-feira, 19, o Ibovespa cedia 0,43%, aos 126.762,58 pontos, após recuar 0,45%, na mínima aos 126.740,81 pontos.

Com isso, o Índice Bovespa terminará a semana em queda. Até as 11h29, perdia 3,20%. Na quinta-feira, 18, fechou com desvalorização de 0,94%, aos 127.315,74 pontos.

Nesta sexta, na Suíça, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), foi categórico ao afirmar que a desoneração da folha valerá e que a medida provisória (MP) será revogada. A afirmação tende a representar uma derrota do ministro Fernando Haddad, que luta para entregar um déficit primário fiscal zero em 2024. Na quinta-feira, ao sair de reunião sobre o tema com o presidente da Câmara, Arthur Lira, Haddad não falou com a imprensa.

Na avaliação do estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, a afirmação de Pacheco não surpreende, pois o mercado já não conta com a possibilidade de reversão da MP.

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“O lobby dos setores envolvidos é grande e o mercado já vem se preparando para a entrega de um déficit fiscal nesse ano”, diz Laatus, completando que também há descrença no mercado e sinais disso até mesmo no governo de que a MP será revogada.

Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), há chances de o Executivo registrar um déficit de até R$ 55,3 bilhões neste ano, o que acarretaria o descumprimento da meta de zerar o déficit fiscal.

Na agenda interna, destaque ao Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que subiu 0,01%, na margem, após recuo de 0,18% em outubro, um pouco melhor do que a mediana de estabilidade das projeções. Além disso, ficam no radar as reuniões fechadas dos diretores do Banco Central com analistas do mercado, em São Paulo.

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Nos Estados Unidos, haverá discursos de dois dirigentes do Federal Reserve (Fed), além da divulgação do relatório de vendas de moradias usadas dos Estados Unidos e a leitura preliminar da Universidade de Michigan do índice de sentimento do consumidor e das expectativas de inflação americanas. Os investidores ficarão atentos a eventuais sinais sobre a política monetária americana, no momento em que a chance de queda dos juros em março tem diminuído.

Nesta manhã, os rendimentos dos Treasuries voltaram a avançar. Após subir ceder mais cedo, o petróleo testava alta, embora as ações Petrobras (PETR4) tinham instabilidade e as da Vale (VALE3) caíam 0,45%. O desempenho vai na contramão dos ganhos de 2,63% do minério de ferro no fechamento desta sexta em Dalian, na China, cotado a US$ 132,98 por tonelada.