SÃO PAULO — Criada a partir da fusão da NRE Educacional, maior grupo de faculdade de medicina do país, com a Medcel, marca de cursos digitais preparatórios para provas de residência médica, em 2019, a Afya tem se consolidado no setor de educação médica no Brasil.
A empresa abriu capital nos EUA no ano passado, numa oferta de ações que levantou US$ 300 milhões na Nasdaq. Ao InfoMoney, o CEO do grupo, Virgilio Gibbon, disse que a empresa está preparada para enfrentar a crise. O lucro líquido ajustado cresceu 132% no primeiro trimestre, para R$ 124 milhões.
“A crise ampliou o uso da nossa plataforma de ensino online, que já existia, mas ampliamos a quantidade de cursos para atender à nova realidade, como o curso de condutas para emergências em Covid-19. São iniciativas gratuitas”, disse a companhia. “Nosso modelo de negócio é bastante resiliente.”
Ele explicou que o aumento da receita no primeiro trimestre, de 27%, foi apoiado no processo de “maturação” dos cursos. Ou seja, cursos que existem há pouco tempo, passaram uma oferta de vagas no primeiro ano e, agora, no segundo ano, mais um vestibular, o que aumenta a base de alunos — crescimento orgânico.
O executivo afirmou que o grupo deu um financiamento sem custo, parcelando as mensalidades, para os alunos cujas famílias estão com dificuldades financeiras por causa da crise. O tíquete médio da Afya, de acordo com Gibbon, é entre R$ 7 mil e R$ 8 mil.
“A gente gostaria de estar presentes com uma cobertura nacional. Nossa estratégia de expansão inorgânica vai em ativos que podem complementar nosso posicionamento na região. A gente gosta de atuar em pequenas e médias cidades no interior do Brasil. O Brasil hoje não tem falta de médicos, tem concentração de médicos”, disse.
Hoje, a Afya está em 18 cidades e em 8 estados: Pará, Piauí, Bahia, MInas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Tocantins e Rondônia. São 21 unidades, sendo 13 faculdades e 6 centros universitários.
O grupo também tem uma plataforma online da Medcel que oferece a alunos de todo o país cursos preparatórios para prova de residência médica, títulos e especializações. Ao todo, a Afya tem mais de 36 mil alunos apenas na graduação.
Desde 2016, o fundo Crescera, anteriormente chamado Bozano, é sócio da NRE Educacional e da Medcel. O ministro da Economia, Paulo Guedes, fez parte do quadro executivo do Crescera até dezembro de 2018, mas deixou a sociedade na gestora para fazer parte do governo, antes do IPO da Afya.
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