Exchange brasileira que travou saques diz que vai pagar clientes, mas só aqueles que não entraram na Justiça

A BlueBenx bloqueou as retiradas dos usuários após ter sido alvo de um suposto hack

Lucas Gabriel Marins

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A BlueBenx, fintech brasileira de criptomoedas que travou os saques no início de agosto, disse em comunicado divulgado na quarta-feira (24) que vai regularizar os pagamentos dos clientes no início de setembro.

A empresa, que responde a um processo aberto pela Comissão de Valores Imobiliários (CVM) por oferta pública irregular de Bitcoin (BTC), bloqueou as retiradas após alegar que foi vítima de um suposto golpe virtual.

“Informamos que iremos iniciar os pagamentos de parte dos saques solicitados até o último dia 25 de julho de 2022. Utilizaremos recursos oriundos da negociação de ativos físicos e de sistemas da companhia”, falou Roberto Cardassi, CEO da BlueBenx, na nota.

Nesse primeiro momento, ainda segundo o comunicado, apenas 150 clientes – de um total de 404 que fizeram pedido de saque até o dia 25 de julho – serão restituídos com o valor máximo de R$ 2 mil.

Os primeiros pagamentos, segundo a BlueBenx, serão realizados até o dia 15 de setembro. A empresa disse, no entanto, que os usuários que entraram com ações “estão fora da lista de pagamento e, a princípio, terão sua situação resolvida perante a Justiça”.

Só em São Paulo, conforme consulta feita pela reportagem do InfoMoney, a fintech é alvo de quase 70 processos judiciais. Em alguns casos, a Justiça já acatou o pedido dos clientes lesados e determinou o bloqueio dos valores da fintech.

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Oferta irregular

A BlueBenx foi lançada em julho de 2018, segundo sua página no Linkedin. Alguns dos serviços oferecidos pelo negócio são oferta de pagamentos regulares e juros para detentores de criptomoedas, além de empréstimos.

Em 2019, após denúncias de clientes, a CVM abriu um processo para investigar indícios de oferta pública irregular de criptoativos por meio do site da empresa. Após análise, a área técnica da autarquia constatou que havia irregularidade.

Para encerrar o processo, a BlueBenx tentou fechar um acordo de R$ 150 mil com o regulador. Em janeiro deste ano, no entanto, a autarquia disse que não iria aceitar a proposta “em vista do não cumprimento do requisito legal referente à cessação das irregularidades”.

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