Ex-OGX lucra R$ 127 mi e lucro da Sabesp dobra; mais 7 balanços, Petrobras e 4 empresas no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo na sessão desta segunda-feira (15)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A segunda-feira começa movimentada no radar corporativo, com destaque para a reta final da temporada de resultados. Confira os destaques que agitarão esta sessão:

Petrobras
O Conselho de Administração da Petrobras (PETR3;PETR4) aprovou na sexta-feira a nova composição do Comitê de Auditoria Estatutário, com a nomeação do economista Marcelo Mesquita, em substituição a Walter Mendes de Oliveira Filho, e a designação de Jerônimo Antunes para presidência do comitê. O CAE passa a ser composto por Jerônimo Antunes, Durval. 

CPFL
Dois controladores da CPFL Energia (CPFE3) aceitaram vender suas participações na companhia para a chinesa State Grid Corp., de acordo com duas pessoas com conhecimento do assunto ouvidas pela Bloomberg. Bonaire e o fundo de pensão Previ, dos funcionários do Banco do Brasil, anteciparam o aval, ainda informalmente, para a oferta da State Grid de comprar os combinados 44,5% que os dois acionistas detêm na empresa por R$ 25 a ação. 

A venda elevaria a participação da State Grid na CPFL para 68,1%. Os termos são os mesmos oferecidos para a compra da fatia da Camargo Corrêa em julho, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque a informação não é pública. O acordo deve ser anunciado em poucas semanas, segundo uma das pessoas. A regulamentação do mercado de capitais brasileiro exige que State Grid estenda os termos da oferta para demais acionistas do bloco de controle da empresa, no chamado tag along. A aquisição da participação da Camargo Corrêa está em processo de due diligence, que termina em duas semanas, segundo uma terceira fonte. Assim que acordo for assinado, State Grid tem que enviar carta de oferta para os demais controladores, que têm 30 dias para se manifestar. A CPFL, Bonaire e State Grid não quiseram comentar. O Previ disse que analisa tecnicamente a oportunidade, com foco no melhor interesse de seus associados. 

 Cemig
A Cemig (CMIG4) divulgou lucro líquido consolidado de R$ 202,124 milhões no segundo trimestre deste ano, o que corresponde a uma queda de 62,17% na comparação com o resultado reportado no mesmo período de 2015.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) somou R$ 676,67 milhões entre abril e junho, o que corresponde a uma baixa de 45,09% em relação ao mesmo período do ano passado. A margem Ebitda da companhia passou de 22,85% para 14,24% na mesma comparação. A companhia afirmou que a piora dos resultados decorre, principalmente, da redução da receita, que foi de R$ 4,754 bilhões no segundo trimestre de 2016, abaixo dos R$ 5,392 bilhões anotados no mesmo período de 2015.

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O resultado da equivalência patrimonial representou um lucro líquido de R$ 71,969 milhões no segundo trimestre, ante os R$ 5,718 milhões apurado no mesmo período do ano passado. A Cemig explicou que a forte melhora decorre principalmente, dos efeitos das participações na Madeira Energia, Renova e Guanhães Energia anotadas no segundo trimestre de 2015, que na ocasião representaram um prejuízo de R$ 71,359 milhões. O resultado financeiro líquido, por sua vez, ficou negativo em R$ 212,029 milhões, inferior à despesa financeira líquida de R$ 251,581 milhões anotada no mesmo período de 2015.

Sabesp 
A Sabesp (SBSP3) registrou lucro líquido de R$ 797,5 milhões no segundo trimestre, resultado mais de duas vezes maior que os R$ 337,3 milhões de um ano antes. Enquanto isso, as receitas de venda de bens e serviços da companhia cresceu 22% no período, somando R$ 3,4 bilhões, ao passo que os custos e despesas cresceram 19%, para R$ 1,74 bilhão.

A empresa teveuma variação positiva em R$ 251,9 milhões nas despesas com variações cambiais sobre empréstimos e financiamentos por conta da maior desvalorização do dólar frente ao real no segundo trimestre deste ano frente ao mesmo período do ano passado.

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Cesp 
A Cesp (CESP6) terminou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 101,3 milhões, uma queda de 61,7% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já a receita da companhia caiu 37,4%, para R$ 467,9 milhões, enquanto o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ficou em R$ 164,4 milhões, uma queda de 67,2% em um ano.

Segundo a companhia, a forte queda das receitas aconteceu depois do térmico das concessões das hidrelétricas Jupiá e Ilha Solteira, em 7 de julho do ano passado. Com isso, a empresa deixou de contar com a energia das usinas pelo regime de preços. Ela passou a contar com uma receita transitória como operadora das usinas, decorrente da venda de energia para o mercado regulado, pelo regime de cotas.

MMX Mineração 
A MMX (MMXM3) registrou lucro líquido de R$ 5,1 milhões no segundo trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 50,1 milhões no mesmo período do ano passado. A companhia, que está em recuperação judicial, está com as operações de extração de minério suspensas no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais devido às complicadas condições financeiras da empresa e do mercado.

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O lucro da mineradora veio principalmente das receitas financeiras de R$ 19,3 milhões no trimestre, 56,6% maiores que os R$ 12,3 milhões do segundo trimestre do ano passado. Enquanto isso, as despesas financeiras caíram 49,3%, passando de R$ 23,4 milhões no segundo trimestre do ano passado para R$ 11,8 milhões entre abril e junho deste ano.

Tecnisa
A construtora Tecnisa  (TCSA3) teve prejuízo líquido de R$ 91,81 milhões entre abril e junho, revertendo o lucro líquido de R$ 31,34 milhões um ano antes. Já a receita líquida da companhia caiu 72,7%, para R$ 100,53 milhões. A queda das vendas brutas da empresa levou à redução da receita no segundo trimestre e da reversão do lucro líquido.

No segundo trimestre, as despesas gerais e administrativas da companhia caíram 38%, para R$ 28 milhões, com um consumo de caixa de R$ 3,28 milhões. A Tecnisa informou também que teria geração de caixa de R$ 79,7 milhões se considerada a redução de R$ 83 milhões da dívida líquida dos projetos consolidados por equivalência patrimonial.

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Viver 
A Viver (VIVR3) registrou um prejuízo líquido de R$ 74 milhões no segundo trimestre, uma alta de 9,6% em relação ao resultado negativo de R$ 67,5 milhões do mesmo período de um ano antes. Já as despesas financeiras atingiram R$ 41 milhões, alta de 68,2%, sendo que a piora no resultado financeiro, por sua vez, refletiu a baixa financeira de dívidas capitalizadas, alta alavancagem e provisões para demandas judiciais de clientes.

Enquanto isso, a receita da empresa caiu 9,1% para R$ 23,2 milhões no segundo trimestre, refletindo a ausência de lançamentos e redução de estoque de receita a apropriar no período.

Saraiva
A Saraiva  (SLED4) registrou um prejuízo líquido de R$ 15 milhões no segundo trimestre, uma melhora de 74,7% menor ante o resultado negativo de R$ 23 milhões do mesmo período do ano passado. Segundo a companhia, esta redução do prejuízo reflete os menores desembolsos com despesas operacionais, que caíram 3,3% no trimestre para R$ 133 milhões.

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Na mesma base de comparação, a receita caiu 4,7%, para R$ 371 milhões. Ainda de acordo com a empresa, a receita do mesmo período de 2015 foi melhor porque contou com um forte desempenho de vendas de livros de colorir.

OGPar
A ex-OGX Petróleo (OGXP3), atual OGPar, informou um lucro líquido de R$ 127,4 milhões no segundo trimestre de 2016, revertendo um prejuízo de R$ 251,3 milhões registrados no mesmo período do ano passado. No primeiro semestre, o lucro foi de R$ 62,015 milhões, revertendo prejuízo de R$ 319,773 milhões dos primeiros seis meses de 2015.

De acordo com a OGPar, o lucro apurado no primeiro semestre é reflexo substancialmente da (i) receita de variação cambial, basicamente, não realizada de R$ 98,2 milhões; (ii) o efeito positivo de R$ 123,1 milhões da provisão referente à apuração de PIS e COFINS diferidos incidentes sobre receitas de variação cambial não realizada e (iii) reconhecimento de créditos de PIS e COFINS extemporâneos no valor de R$ 162,7 milhões. “Entretanto, esses efeitos foram parcialmente compensados pela (i) margem bruta negativa de R$ 66,1 milhões no Campo de Tubarão Martelo, em decorrência das menores cotações internacionais do petróleo em janeiro e fevereiro de 2016; (ii) custos operacionais de R$ 149,9 milhões do Campo de Tubarão Martelo durante o período de interrupção da produção; (iii) juros provisionados sobre o financiamento DIP e o incremental facility de R$ 60,1 milhões; (iv) custos de reestruturação e despesas gerais e administrativas de R$ 44,2 milhões”, afirma. A receita líquida de vendas somou R$ 54 milhões no primeiro semestre. 

O Ebitda da operação nos primeiros seis meses de 2016 foi negativo em R$ 102,4 milhões, comparado ao Ebitda negativo de R$ 83,6 milhões para o mesmo período do exercício anterior, devido principalmente à queda acentuada do preço do petróleo entre os períodos analisados e a interrupção da produção no Campo de Tubarão Martelo, informou a empresa.

A OGPar ainda divulgou os dados de produção de julho, registrando uma produção de 284,7 mil barris no mês em Tubarão Martelo. 

Wilson Sons
A Wilson Sons (WSON33) registrou um lucro líquido de US$ 25,9 milhões no segundo trimestre de 2016, alta de 8% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já a receita líquida teve baixa de 12,9%, passando de R$ 129,7 milhões para R$ 113 milhões.

O Ebitda somou R$ 36,9 milhões, 5,2% abaixo dos R$ 38,9 milhões do mesmo período do ano passado. “O lucro de US$ 25,9 milhões foi impulsionado pelas variações na taxa de câmbio, embora o contínuo fraco cenário macroeconômico brasileiro tenha contribuído para um resultado no Ebitda 5% abaixo no segundo trimestre de 2016 em relação ao comparativo de 2015″, disse a empresa em seu comunicado de resultados.

JBS
A JBS (JBSS3) teve o rating cortado de BB+ para BB por S&PGR, com perspectiva estável, segundo relatório da agência de classificação de risco divulgado na sexta-feira.

O rebaixamento reflete menor liquidez da companhia, acompanhando dois trimestres de queima de caixa para liquidar posições sobre derivativos, fraca gestão do capital de giro e fluxo de caixa operacional abaixo das estimativas. “A JBS apresentou outro resultado operacional trimestral fraco e uma queima de caixa significativa”. A perspectiva é alterada de negativa para estável; a perspectiva estável reflete expectativa de que diversificação de negócios e eficiência operacional da empresa permitirão que margens e fluxo de caixa se recuperem e sustentem a relação dívida/Ebitda abaixo de 4 vezes. A proposta de reorganização anunciada não impacta imediatamente o rating.

Siderúrgicas
Em relatório, o BTG Pactual destacou que a perspectiva para as siderúrgicas parece mais positiva do que as mineradoras, e mantém a Gerdau (GGBR4) como a top pick do setor, com recomendação de compra. Segundo os analistas, em meio ao amplo potencial de reformas no País, as perspectivas para a demanda são muito mais encorajadoras do que tem sido nos últimos anos. 

Vale
A Vale (VALE3;VALE5) ratificou a nomeação de Motomu Takahashi como membro do conselho de administração da mineradora.

CCX
O Conselho da CCX (CCXC3) autorizou a diretoria a concluir negociações com a Yildirim. Os membros do conselho orientaram para que fossem intensificados esforços para convergir em um potencial acordo comercial com a YCCX Colômbia, subsidiária da Yildirim Holding, segundo comunicado divulgado na noite de 12 de agosto. A CCX “pretende terminar as controvérsias existentes com a Yildirim, prevenindo litígios e encerrando a arbitragem entre a CCX Colômbia e a Yildirim com relação à operação de venda dos ativos referentes aos projetos de mineração a céu aberto de Cañaverales e Papayal e do projeto de mineração subterrânea de San Juan, conforme previstos no Asset Purchase Agreement celebrado entre a CCX Colômbia e YCCX, inclusive evitando que a delicada situação econômico-financeira da companhia venha a se agravar ainda mais”, disse a empresaa. A companhia “não dispõe de recursos suficientes para custear a arbitragem, sendo este inclusive um dos motivos pelos quais a arbitragem foi suspensa por 60 dias”, “ bem como arcar com os altos custos de manutenção dos ativos negociados” no Asset Purchase Agreement. A intenção da CCX é, “o quanto antes possível (e dentro do prazo estabelecido acima), encontrar uma solução consensual comercial para encerrar a Arbitragem e finalizar a operação, ainda que em novos termos e condições jurídicas e comerciais”.

Estácio e Kroton 
A Estácio  (ESTC3) e a Kroton (KROT3) realizam AGEs para aprovar a associação, às 12h (horário de Brasília).

(Com Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.