Even, Melnick, Helbor e Trisul: como foram os balanços do 2º tri das 4 construtoras?

Construtoras apresentaram tendências distintas durante o segundo trimestre

Felipe Moreira

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Algumas construtoras listadas em Bolsa divulgaram seus resultados na noite da última terça-feira (13), são elas: Even (EVEN3), Melnick (MELK3), Helbor (HBOR3) e Trisul (TRIS3).

O Itaú BBA considerou os números da Even mistos, marcados por uma mudança na contabilização da participação minoritária nos resultados.

Segundo o banco, essa mudança pressionou a margem bruta da empresa (queda para 20,6%, de 26,3% no 1T24 e 21,3% no 2T23), aumentou a alavancagem (atualmente em 40% de dívida líquida/patrimônio líquido) e influenciou os resultados não recorrentes.

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Apesar desse efeito de contabilização, a Even reportou um aumento significativo nas receitas líquidas, para R$ 923 milhões (alta de 128% Trimestre a Trimestre e 78% na base anual), devido a um alto nível de estoque vendido e ao reconhecimento das vendas dos projetos Faena.

Também houve um aumento no lucro líquido ajustado para R$ 73 milhões (alta de 38% na base trimestral e 57% ano a ano).

A XP avalia que a Even registrou resultados ligeiramente positivos no 2T24, com destaque para: (i) crescimento robusto de receita para R$923 milhões, impulsionado por reconhecimento sólido de receita do projeto Faena São Paulo e vendas de estoque mais fortes; (ii) compressão significativa da margem bruta para 20,6%, embora haja espaço para melhorias de rentabilidade à frente; e (iii) expansão do lucro líquido ajustado para R$ 73 milhões (excluindo R$ 41 milhões de participação minoritária diferida), acima de suas estimativas em 18%, impulsionada por uma sólida diluição das despesas de vendas, gerais e administrativas. Os analistas possuem recomendação de compra e preço alvo de R$ 8,0/ação.

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Melnick (MELK3)

Já os números da Melnick foram considerados fracos, mas esperados, devido ao impacto das enchentes no Rio Grande do Sul. A empresa retomou seus lançamentos, com três projetos no 3T24 totalizando R$ 806 milhões em VGV (Valor Geral de Vendas, participação da empresa).

As receitas líquidas diminuíram 42% na base anual devido às enchentes, e a margem bruta caiu para 4% (de 22% no 1T24 e 21% no 2T23), resultando em um prejuízo de R$ 29 milhões.

Dado o impacto significativo nas operações, o BBA não considera esse como o desempenho recorrente da empresa e espera que ela se recupere para seus níveis históricos de retorno.

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Além disso, uma posição de caixa líquido confortável de R$ 185 milhões oferece uma proteção para a empresa à medida que inicia sua recuperação. O banco mantém classificação neutra.

Trisul (TRIS3)

O BBA avalia que a Trisul apresentou uma melhora nos números para o trimestre, com leve aumento nas margens brutas e despesas gerais e administrativas pressionando o resultado.

A construtora realizou quatro entregas no trimestre, mas sua dívida líquida permaneceu estável em R$ 680 milhões (com alavancagem em 47,4%).

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As receitas líquidas, por sua vez, aumentaram 19% na base anual, e a margem bruta subiu 100 pontos base, para 24,9%.

Os analistas também destacam que um aumento nas despesas com gerais e administrativas combinado com impostos e resultados financeiros em linha, levou o lucro líquido a R$ 30 milhões, alta de 6% na base anual.

A Trisul apresentou resultados neutros no 2T24, segundo a XP. Os analistas da corretora notam um aumento da receita para R$ 319 milhões, em linha com sua previsão, com desempenho positivo de vendas líquidas. No entanto, a margem bruta permaneceu sob pressão em 24,9%, com descontos ainda elevados nas vendas de estoques. “Mantemos nossa recomendação neutra para o nome com um preço alvo de R$ 6 por ação para 2025”, aponta.

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Helbor (HBOR3)

Para o BBA, a Helbor apresentou um bom conjunto de resultados para o 2T24, com um aumento nas receitas líquidas para R$ 322 milhões, um crescimento de 9% na base trimestral e 8% acima das estimativas.

O banco também ressalta o crescimento de 120 pontos base na margem bruta na comparação trimestral e de 600 pontos base no ano, à medida que a empresa reconhece uma safra de projetos mais lucrativa.

Já as despesas administrativas aumentaram 9% na base aual, afetadas por pagamentos de bônus, enquanto tanto as despesas de vendas quanto os resultados financeiros ficaram em linha com a trajetória da empresa. Segundo o banco, isso resultou em um lucro líquido de R$ 31 milhões, queda de 5% na base trimestral e 3% na comparação anual.