Europa ultrapassa EUA e China e se torna maior mercado de criptomoedas do mundo

Volume é impulsionado por projetos de finanças descentralizadas, que fazem o Ethereum saltar na preferência entre usuários e investidores

Paulo Barros

Bandeira da União Europeia (Foto: Christian Lue/Unsplash)
Bandeira da União Europeia (Foto: Christian Lue/Unsplash)

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SÃO PAULO – A Europa passou a ocupar o posto de principal mercado de moedas digitais no mundo, ultrapassando China e Estados Unidos.

Segundo levantamento da casa de análise Chainalysis divulgado nesta terça-feira (28), a região da Europa Central, Norte e Ocidental (CNWE, na sigla em inglês) registrou o maior volume de negociações de criptomoedas do planeta, com mais de US$ 1 trilhão em ativos digitais entre julho de 2020 e junho de 2021.

O montante corresponde a um quarto do volume global e refletiu o crescimento de todas as categorias do mercado de criptomoedas na região, com destaque para os projetos de finanças descentralizadas (DeFi).

Este segmento responde por protocolos de empréstimos e de corretoras descentralizadas, entre outros, que rodam diretamente em contratos inteligentes, sem uma entidade controladora.

Volume de transações de criptomoedas por região
Volume de transações de criptomoedas por região (Chainalysis)

Em segundo lugar aparecem os Estados Unidos (linha verde escuro), seguidos por Sudeste da Ásia e Ásia Central (amarelo), Leste Asiático (rosa) e Leste Europeu (azul). A América Latina (verde) é a antepenúltima região, à frente somente do Oriente Médio (cinza) e da África (laranja).

O Reino Unido é o maior mercado da Europa, com US$ 170 bilhões em transações no período analisado. Desses, quase metade (49%) foi alocado em protocolos DeFi. Na sequência aparecem França, Alemanha, Holanda e Suíça.

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O volume recorde não se refere apenas a transações de compra e venda, mas também a investimentos de modo geral no setor. Segundo a Chainalysis, a Europa virou o principal destino de aportes institucionais, que dispararam de US$ 1,4 bilhão em julho de 2020 para US$ 46,3 bilhões em junho deste ano, um crescimento de mais de 32 vezes em um ano.

Ainda de acordo com o relatório, os países analisados mostram uma prevalência de 25% a 30% de transações com stablecoins, criptomoedas que têm paridade com moedas fiduciárias, principalmente o dólar. Uma das exceções ficaram por conta de Mônaco, onde esse tipo de ativo abocanhou 39% de todas as transações.

Curiosamente, a criptomoeda mais usada não é o Bitcoin (BTC), mas o Ethereum (ETH). O volume de transações de ETH e wETH, uma versão tokenizada da moeda, foi o maior entre todos os países europeus. Em Portugal, por exemplo, cerca de 70% das transações envolveram alguma forma de Ethereum.

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A dominância do Ethereum tem a ver com a popularidade das finanças descentralizadas, pois se trata da principal plataforma para projetos do tipo, mesmo em meio à forte concorrência prometida por soluções rivais como Binance Smart Chain, Solana (SOL) e Cardano (ADA).

Os números levantados pela Chainalysis corroboram a tese de que investidores institucionais vêm dando preferência para o Ethereum no lugar do Bitcoin nos últimos meses. Além da maior quantidade de casos de uso proporcionada pelo DeFi, fundos que buscam exposição às criptomoedas veem no Ethereum uma chance maior de valorização e, consequentemente, de multiplicar ganhos no longo prazo.

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Paulo Barros

Jornalista pela Universidade da Amazônia, com especialização em Comunicação Digital pela ECA-USP. Tem trabalhos publicados em veículos brasileiros, como CNN Brasil, e internacionais, como CoinDesk. No InfoMoney, é editor com foco em investimentos e criptomoedas