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Não é só o Ibovespa que tem encontrado alívio e registrado máximas, em mês marcado pela continuidade da entrada do investimento estrangeiro: o mercado de ações da América Latina em geral está sendo puxado recentemente pelo aprofundamento das expectativas de corte de taxas dos EUA e, conforme aponta o Bradesco BBI, isso parece ainda mais importante para os mercados internacionais do que propriamente para os EUA.
Os estrategistas do BBI, liderados por Ben Laidler, apontam que catalisadores domésticos (ou de “autoajuda”) ainda são necessários no Brasil, mas avaliam que estes seriam os próximos “drivers”, de uma segunda etapa de alta.
Para Laidler e equipe, a estagnação da liquidez no verão [no Hemisfério Norte] contribuiu para a ‘liquidação relâmpago’ no início de agosto, enquanto a perspectiva mais clara para os cortes de taxas do Federal Reserve dos EUA ajudou a impulsionar a recuperação e o desempenho melhor do que a média para os mercados. Além disso, o câmbio impulsionou ainda mais uma rotação há muito esperada para mercados estrangeiros, como o Brasil – mas os locais agora precisarão se esforçar para continuar o rali, reforçam os estrategistas.
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Em meio ao atual cenário de otimismo no mercado, porém, Laidler e equipe destacam um outro ponto de atenção: os fundamentos impulsionam os mercados, mas os aspectos técnicos também importam. Neste sentido, lembram que setembro está chegando e “normalmente é o mês mais fraco do ano”.
“Setembro é geralmente o mês de pior desempenho do ano pois os investidores americanos retornam às suas mesas após as férias, enfrentam contas como de escola/faculdade, o fim do ano fiscal dos EUA e não têm nenhum dos catalisadores positivos de reposicionamento e guidance (projeções) dos quarto e primeiro trimestres”, avaliam os estrategistas.
Por outro lado, à medida que essa sazonalidade se tornou mais conhecida ao longo do tempo, ela também se tornou parcialmente autorrealizável, avalia a equipe do BBI.
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O banco nota que apenas 5 dos 27 mercados de ações que analisaram subiram no mês de setembro, e todos eles foram em mercados emergentes, que normalmente superam o desempenho geral.
“Esse movimento prepara os investidores para os três melhores meses do ano, tornando qualquer liquidação de setembro uma oportunidade de compra oportuna. O quarto trimestre historicamente responde por 43% do retorno global anual médio total, à medida que os investidores se posicionam para o ano seguinte, quando as perspectivas são geralmente positivas e acontecem antes do conhecido efeito de preço de janeiro”, avaliam os estrategistas.