EUA realizam maior apreensão de Bitcoin da história, avaliada em US$ 3,6 bilhões

Parte dos 120.000 BTC roubados em um ataque à corretora Bitfinex em 2016 foi recuperada em maior apreensão de todos os tempos

CoinDesk

(Getty Images)
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O Departamento de Justiça (DOJ) dos Estados Unidos anunciou na tarde de hoje que apreendeu, na terça-feira (7), cerca de US$ 3,6 bilhões em Bitcoin (BTC) ligados ao hack da corretora Bitfinex, ocorrido em 2016.

Cerca de 120.000 BTC foram roubados no ataque hacker, avaliados na época em cerca de US$ 60 milhões, quase um sexto do volume total de negociações. A preços de hoje, a quantidade total de bitcoins roubados vale US$ 4,5 bilhões, mas o DOJ apreendeu apenas cerca de 94.000 BTC, calculados em US$ 3,6 bilhões.

Autoridades dos EUA também prenderam um casal em Nova York acusado de lavar os ativos provenientes do hack. Eles comparecerão ao tribunal ainda hoje, de acordo com um comunicado do DOJ.

Os investigadores alegam que Ilya “Dutch” Lichtenstein e Heather Morgan conspiraram para lavar os valores e sugere, mas não confirma, que os dois são os hackers responsáveis pela ação criminosa.

“Transações não autorizadas” moveram o Bitcoin roubado para a carteira de Lichtenstein, e cerca de 25.000 BTC foram transferidos nos últimos cinco anos. Os 94.000 BTC restantes permaneceram na carteira de Lichtenstein.

Ao executar mandados de busca autorizados pelo tribunal em contas online controladas por Lichtenstein e Morgan, as autoridades obtiveram acesso a arquivos da dupla.

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“Esses arquivos continham as chaves privadas necessárias para acessar a carteira digital que recebeu diretamente os fundos roubados da Bitfinex e permitiram que agentes apreendessem e recuperassem legalmente mais de 94.000 bitcoins que haviam sido roubados da Bitfinex. O Bitcoin recuperado foi avaliado em mais de US$ 3,6 bilhões no momento da apreensão”, afirmou o comunicado.

Na semana passada, especialistas em análise de dados de blockchain detectaram uma transferência de mais de 94.000 bitcoins da Bitfinex. Fontes disseram ao CoinDesk que a transferência foi uma apreensão realizada por agentes federais.

Em nota, a vice-procuradora-geral Lisa Monaco disse que foi “a maior apreensão financeira do departamento de todos os tempos”.

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Em documento oficial, as autoridades dos EUA afirmam que “rastrearam os fundos roubados na blockchain do BTC”, acompanhando os valores frutos do hack enquanto eram transferidos da carteira inicial do destinatário para carteiras supostamente controladas por Lichtenstein e Morgan.

Os investigadores conseguiram acessar a carteira inicial do destinatário, apelidada de Wallet 1CGA4s, depois de descriptografar um arquivo “salvo na conta de armazenamento em nuvem de Lichtenstein”, que incluía 2.000 endereços de carteiras de criptomoedas e suas chaves privadas.

“A análise da blockchain confirmou que quase todas essas carteiras estavam diretamente ligadas ao hack”, disse o comunicado.

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Os réus supostamente usaram uma série de técnicas para lavar o Bitcoin roubado, incluindo a divisão de transações em “milhares” de transações menores, usando mercados da darknet, como o AlphaBay, e convertendo em outros tipos de criptomoedas, como a Monero (XMR).

Ainda segundo o Departamento de Justiça dos EUA, parte dos fundos foi enviada para a conta de uma empresa chamada SalesFolk, de propriedade de Morgan.

No LinkedIn, Heather e Lichtenstein aparecem como funcionários da SalesFolk desde 2009 e 2014, respectivamente. O LinkedIn de Morgan sugere que ela também foi colunista da Inc. Magazine e Forbes, enquanto Lichtenstein menciona cargos anteriores nas empresas MixRank, Endpass e 500 Startups.

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Em comunicado, a Bitfinex disse que trabalhou com o DOJ para tentar recuperar o Bitcoin apreendido. A corretora promete reembolsar os investidores em seu token UNUS SED LEO (LEO), criado para tentar impedir um rombo fiscal causado pela prisão de envolvidos em um processador de pagamento usado pela exchange

“Se a Bitfinex recuperar o Bitcoin roubado, conforme descrito no white paper do token UNUS SED LEO, irá, dentro de 18 meses da data em que recebê-los de volta, usar um valor igual a 80% dos fundos líquidos recuperados para recomprar e queimar tokens UNUS SED LEO”, disse a empresa em nota.

“Essas recompras de token podem ser realizadas em transações de mercado aberto ou adquirindo UNUS SED LEO em negociações de balcão, incluindo negociação direta de Bitcoin para UNUS SED LEO.”

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O token LEO começou a disparar de preço na Bitfinex logo depois que a notícia veio à tona, subindo de US$ 4,97 para mais de US$ 7 em uma hora, um ganho de mais de 40%.

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