EUA prendem duas pessoas contratadas pelo Sheik do Bitcoin para aplicar golpe com criptomoedas

Os dois eram integrantes da Forcount, um esquema de pirâmide montado pelo brasileiro Francisley Valdevino da Silva

Equipe InfoMoney

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A Procuradoria dos Estados Unidos anunciou na sexta-feira (6) a prisão de dois integrantes da Forcount, um esquema de pirâmide internacional criado por Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “Sheik das Criptomoedas” ou “Sheik do Bitcoin”. Silva está preso no Brasil desde o ano passado acusado de chefiar um esquema global que causou prejuízo de R$ 4 bilhões.

Um dos detidos foi o cidadão espanhol Nestor Nunez, 64 anos. Ele foi preso na Espanha no dia 28 de dezembro e pode ser extraditado para os EUA. De acordo com o governo norte-americano, Nunez era um ator pago por Silva para se passar por CEO da Forcount.

O outro integrante do golpe preso foi o cidadão americano Ramon Perez, 40 anos. Ele se entregou às autoridades na sexta-feira (6), em Orlando, na Flórida. Perez, segundo a Procuradoria, captava irregularmente dinheiro dos investidores no suposto golpe e lavava os valores por meio de empresas de fachada e imóveis.

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Nunez foi acusado de conspiração para cometer fraude eletrônica e fraude eletrônica, e pode pegar 40 anos de prisão. Já Perez responde por conspiração para cometer fraude eletrônica, fraude eletrônica e conspiração para lavar dinheiro – a pena para esses crimes pode chegar a 60 anos.

Golpes

A Forcount foi criada por Silva em 2017 e funcionou até 2021. Em resumo, o esquema fraudulento se valia de uma rede de “líderes” para convencer os investidores a colocar dinheiro no negócio, que prometia altos retornos.

De acordo com a Justiça dos EUA, o golpe cripto deixou um prejuízo de US$ 8,4 milhões, principalmente em investidores de língua espanhola.

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Silva, preso em novembro de 2022 no Brasil em operação da Polícia Federal, é um ex-vendedor de aquários e ex-empresário do ramo de marketing multinível que resolveu criar negócios fraudulentos associados a criptomoedas no final de 2016.

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Ao longo de cinco anos, ele criou pelo menos 100 empresas no Brasil e em outras partes do mundo para captar ilegalmente recursos das pessoas. As “iscas” para atrair as pessoas eram promessas mirabolantes de lucro de até 13,5% ao mês.

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Duas das vítimas de Silva foram a modelo Sasha Meneghel, filha da apresentadora Xuxa, e o marido dela, João Figueiredo. Eles alocaram R$ 1,2 milhão no negócio.

No Brasil, o Sheik responde a centenas de processos judiciais. Nos EUA, juntamente com outros três fundadores e promotores da Forcount – Juan Antonio Tacuri Fajardo, Ramon Antonio Perez Arias e Jose Ramiro Coronado Reyes –,  ele foi acusado de violações de valores mobiliários pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (a SEC). Sheik e Fajardo também enfrentam acusações criminais no país.