Ethereum adia fim da mineração para junho de 2022; entenda

Mineradores de Ethereum ganham mais tempo para faturar enquanto blockchain de contratos inteligentes espera por versão 2.0

Paulo Barros

Reprodução/Unsplash/Executium
Reprodução/Unsplash/Executium

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SÃO PAULO – Desenvolvedores do Ethereum (ETH) adiaram pela segunda vez uma atualização que visa colocar um ponto final no processo atual de mineração da criptomoeda ETH. A medida será implementada em dezembro, programando o fim da mineração para junho 2022.

A novidade dá um prazo extra para mineradores continuarem faturando em cima da atividade responsável por realizar a verificação de transações no modelo atual da rede, chamado Prova de Trabalho (Proof of Work), semelhante ao do Bitcoin (BTC).

O sistema é criticado pelo alto consumo de energia, e será substituído pela Prova de Participação (Proof of Stake), em que os validadores não serão mais aqueles que dedicam poder computacional à rede, mas armazenam muitas unidades de Ethereum na carteira.

Qualquer pessoa com 32 ETH depositados em um contrato inteligente específico poderá ativar o software e ajudar a validar transações na blockchain. Atualmente, essa quantia equivale a US$ 150 mil. A nova rede já está em funcionamento em paralelo com a atual e conta com mais de 100 mil validadores. A expectativa é que a unificação das duas redes, no chamado Ethereum 2.0, ocorra em meados de 2022.

Até lá, no entanto, a plataforma planeja forçar mineradores a deixarem a rede antiga para abrir caminho para a nova versão. A estratégia é usar a “bomba de dificuldade”, um mecanismo previsto no código atual e que, ao entrar em ação, aumenta exponencialmente o poder computacional necessário para minerar ETH, reduzindo a rentabilidade do negócio e, em dado momento, tornando a atividade impossível.

A “bomba” foi transferida do meio de 2021 para dezembro, e agora foi adiada mais uma vez em seis meses sob a expectativa de que ela chegará a tempo de a nova rede estar pronta para assumir como principal. Segundo os desenvolvedores do Ethereum, a essa altura os mineradores serão incentivados a mudar para a nova versão, adotando o formato de staking, já que a blockchain antiga se tornará inutilizável.

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O Ethereum 2.0, no entanto, não irá apenas acabar com a mineração, já que a reformulação prevê também uma série de mudanças no mecanismo de taxas de rede, criando uma tarifa de base que pretende reduzir drasticamente os valores cobrados para transacionar na blockchain que hoje podem passar de US$ 100 em momentos de pico.

Além disso, a nova versão deverá incrementar o ritmo de queima de uma parcela das taxas, contribuindo para a escassez do ativo digital no mercado.

As mudanças estão por trás do otimismo com a criptomoeda, com investidores projetando que o Ethereum poderá frear o crescimento de rivais como Binance Smart Chain, Solana (SOL) e Avalanche (AVAX), que crescem, entre outros motivos, por oferecerem transações mais rápidas e baratas.

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Nos últimos 12 meses, o Ethereum acumula valorização de 950%, praticamente o triplo do Bitcoin.

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Paulo Barros

Jornalista pela Universidade da Amazônia, com especialização em Comunicação Digital pela ECA-USP. Tem trabalhos publicados em veículos brasileiros, como CNN Brasil, e internacionais, como CoinDesk. No InfoMoney, é editor com foco em investimentos e criptomoedas