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Estruturas de mercado: tendências de alta e baixa de oferta e demanda

A utilização de ferramentas como a retratação de Fibonacci ajuda a identificar zonas de compra ou venda

Bruno Nadai

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Entre as estruturas de mercado de trading, um das que se destacam é a de oferta e demanda, que pode trazer pistas sobre os ciclos de alta e baixa. Já abordamos a estrutura de tendência de suporte e resistência, e agora vamos entender como a oferta e a demanda impactam o comportamento do mercado, criando oportunidades e desafios para os traders.

Tendência de alta: oferta e demanda

Uma tendência de alta caracteriza-se pelo rompimento constante de topos anteriores. Nesse contexto, o mercado segue uma sequência em que, após formar um topo, ocorre uma correção que cria um fundo para, em seguida, estabelecer um novo topo, mais alto que o anterior.

O diferencial da estrutura de tendência de alta de oferta e demanda está no comportamento das correções, que violam o topo anterior, mas sem buscar o fundo prévio, após essa movimentação o mercado volta a subir rompendo o topo anterior. Em cada movimento ascendente, o próximo topo rompe o anterior, repetidamente, consolidando o movimento de alta.

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Esse ciclo, em que a correção do movimento principal de alta viola o topo anterior, sugere que o mercado está em busca de liquidez dentro da amplitude do movimento prévio, ou seja, dentro do “range” que se formou entre o fundo e o topo da movimentação anterior.

A região entre o fundo e a máxima do topo é conhecida como amplitude do movimento prévio e é aqui que o mercado encontra liquidez suficiente, o que permite novos impulsos de alta. Em termos práticos, isso indica que o mercado está realizando correções momentâneas, buscando liquidez para sustentar o próximo movimento ascendente.

Contudo, essa estrutura de alta baseada em oferta e demanda é considerada menos robusta em comparação à estrutura tradicional de suporte e resistência. Embora seja uma alta mais dinâmica, com rompimentos contínuos de topos, ela não oferece a mesma solidez do ponto de vista de sustentação, sendo mais suscetível a reversões inesperadas.

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Tendência de baixa: oferta e demanda

Na tendência de baixa, o mercado segue um padrão de fundos e topos descendentes. Nesse tipo de estrutura, o movimento se caracteriza por uma sequência em que, após formar um fundo, o mercado realiza uma correção que resulta em um topo e logo em seguida desce novamente para formar um novo fundo, mais baixo que o fundo anterior.

A diferença fundamental dessa estrutura está no fato de que as correções do movimento principal superam os fundos anteriores, sem atingir os topos formados anteriormente. Assim, o mercado retoma seu movimento descendente, fazendo novos fundos cada vez mais baixos, reforçando o movimento de queda.

Esse padrão indica que o mercado está em busca de liquidez dentro da amplitude do movimento anterior, que é o “range” formado entre o topo e o fundo já estabelecidos. Essa região, chamada de amplitude do movimento prévio, é onde o mercado encontra liquidez, o que permite novos impulsos descendentes. Dessa forma, o mercado utiliza a liquidez encontrada na amplitude anterior para sustentar o movimento de queda.

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Apesar da eficiência em acelerar o movimento descendente, essa estrutura de tendência de baixa de oferta e demanda apresenta menos estabilidade em relação à estrutura clássica de suporte e resistência.

Embora ocorra uma queda constante com rompimentos frequentes de fundos, a ausência de uma resistência mais sólida torna essa tendência mais frágil e suscetível a reversões inesperadas. Pequenos movimentos contrários podem rapidamente inverter a tendência de baixa, levando à quebra da estrutura.

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Como operar a estrutura de tendência de oferta e demanda

Operar a estrutura de oferta e demanda em uma tendência de alta ou de baixa é um pouco mais complexo e requer uma análise minuciosa do mercado.

Estratégia operacional na tendência de alta

Quando o preço começa a corrigir e viola o topo anterior ele entra na zona de oferta e demanda. Essa zona geralmente é próxima ao fundo anterior. O recuo indica que a pressão de venda está esgotando, pois os vendedores estão “cansados” de tentar forçar o mercado mais para baixo, o que torna essa região uma zona de defesa por parte dos compradores.

Uma ferramenta útil para identificar a zona de compra é a retração de Fibonacci. Nesse caso, uma das zonas de maior interesse fica entre 0% e 32,8% da correção do movimento de alta anterior. Esse intervalo representa uma área em que o mercado pode buscar liquidez e onde há maior probabilidade de surgirem compradores.

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Ao observar que o preço está em regiões de retração de Fibonacci, espere que o mercado mostre que a ponta compradora voltou a atuar. Uma maneira de identificar a retomada dos compradores é quando o candle forma uma mínima, o candle seguinte forma uma mínima mais baixa e o terceiro candle forma uma mínima mais alta que a do candle anterior.

A entrada na operação deve ocorrer no rompimento da máxima do último candle, que apresentou a mínima mais alta, confirmando a retomada do movimento de alta.

Para gerenciar o risco, é importante posicionar o stop loss abaixo da mínima anterior ou da zona de suporte onde a reversão ocorreu. Dessa forma, caso o mercado continue caindo, você estará protegido de grandes perdas. 

Quanto ao alvo, pode-se buscar o rompimento do próximo topo, seguindo a estrutura de topos ascendentes que caracteriza a tendência de alta.

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Estratégia operacional na tendência de baixa

Quando o preço inicia uma correção em uma tendência de baixa e rompe o fundo anterior, ele entra em uma zona de oferta e demanda. Essa área geralmente se encontra próxima ao topo anterior.

O movimento ascendente sugere que a força compradora está se esgotando, já que os compradores encontram dificuldades para continuar impulsionando o mercado para cima, tornando essa região um ponto de resistência importante.

Uma forma eficaz de identificar uma zona de venda é utilizar a retração de Fibonacci. Nesse caso, uma das áreas de maior interesse para os vendedores situa-se entre 0% e 32,8% da correção do movimento de baixa anterior. Esse intervalo é onde o mercado pode buscar liquidez, aumentando a probabilidade de uma atuação da ponta vendedora para dar continuidade no movimento descendente.

Quando o preço se aproxima dessa zona de retração de Fibonacci, é importante observar sinais de que os vendedores estão retomando o controle. Um sinal típico que ocorre quando o mercado forma uma sequência de candles em que o primeiro candle marca uma máxima, o segundo forma uma máxima mais alta e o terceiro candle, uma máxima mais baixa, indicando o enfraquecimento da pressão compradora.

A entrada na operação de venda deve ser feita quando o preço rompe a mínima do último candle, que apresentou uma máxima mais baixa, sinalizando a retomada da tendência de baixa.

Para gerenciar o risco, o stop-loss deve ser colocado acima da máxima anterior ou na zona de resistência onde ocorreu a reversão. Isso protege o trader de perdas caso o mercado volte a subir. 

O alvo da operação pode ser o rompimento do próximo fundo, seguindo o padrão de fundos descendentes que caracteriza a tendência de baixa.

Fonte: Rocket Trader

No gráfico diário do mini-índice futuro acima, podemos identificar as zonas de liquidez da estrutura de tendência de baixa de oferta e demanda.

Diferença entre estrutura de tendência de oferta e demanda para a de suporte e resistência

A diferença entre as estruturas de tendência de suporte e resistência e oferta e demanda está na previsibilidade e estabilidade dos movimentos do mercado.

Na estrutura de tendência de alta de suporte e resistência, os topos rompidos se tornam suportes no movimento de correção, criando uma estrutura estável e previsível.

O mesmo ocorre na tendência de baixa, mas de forma inversa, com os fundos se transformando em resistência nos movimentos de pullback. Essa estrutura oferece maior segurança para os traders, pois define claramente pontos de entrada e saída.

Por outro lado, a estrutura de tendência de oferta e demanda caracteriza-se por um comportamento mais dinâmico e menos previsível.

Na tendência de alta, as correções violam o topo anterior em busca de liquidez para que o mercado continue seu ciclo ascendente. O mesmo ocorre na tendência de baixa, porém inversamente. As correções do movimento principal superam o fundo anterior em busca de liquidez para continuar seu movimento de baixa.

Em resumo, enquanto as correções na estrutura de suporte e resistência respeitam o topo anterior em uma tendência de alta e o fundo anterior em uma tendência de baixa, a estrutura de oferta e demanda rompe esses níveis durante as correções, em busca de liquidez para dar continuidade à tendência principal.

Em conclusão, operar com base na estrutura de oferta e demanda exige uma análise cuidadosa das zonas de liquidez e do comportamento do mercado durante as correções. Seja em uma tendência de alta ou de baixa, o uso de ferramentas como a retração de Fibonacci e a observação dos padrões de candles é fundamental para identificar os pontos ideais de entrada.

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