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O ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa, na sigla em inglês) talvez nunca esteve tão em alta quanto nos últimos dois anos – a pandemia do coronavírus fez as pessoas e companhias, se não mudarem seus comportamentos, ao menos refletirem na forma como consomem e produzem. E o esperado é que isso continue avançando.
Os investimentos com “pegada” mais responsável saíram de US$ 22,9 trilhões em 2016 para US$ 35,3 trilhões em 2020. Além do crescimento nominal, o avanço foi também percentual, com os fundos institucionais que definiram estratégias sustentáveis tendo 35,9% de todos os ativos sob gestão no mundo, ante 27,9% quatro anos antes.
“O investimento responsável tem ganhado força gradativamente em todo o mundo nos últimos anos e, mais recentemente, no Brasil, onde esperamos que essa tendência persista e acelere ainda mais”, afirma a analista da XP Investimentos Marcella Ungaretti.
Segundo a casa, a temática ESG deve ganhar mais força no longo prazo. É impossível, por exemplo, mudar a matriz energética mundial, baseada em combustíveis fósseis, para algo mais “limpo” em um curto período de tempo. Mas isso não quer dizer que mudanças não acontecerão no curto prazo. Já em 2022, é esperado que alguns pontos atrelado à temática sustentável ganhem ainda mais força.
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Cinco tendências ESG devem dominar debate em 2022
“Vemos cinco principais tendências ESG que esperamos dominar o cenário dos investimentos sustentáveis em 2022. São elas a redução das emissões de gases de efeito estufa, créditos de carbono, o aumento da importância do pilar ‘S’, o avanço das regulamentações e a padronização das divulgações e métricas ESG”, disse Ungaretti.
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A busca por redução de gases do efeito estufa, segundo a analista, deve ser impulsionada pelo último relatório IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, na sigla em inglês) da ONU. O documento mostrou que a Terra está aquecendo mais rápido do que o esperado e que caminha para atingir 1,5º C acima do nível pré-industrial já em 2030, 10 anos antes do que o esperado.
“O cenário alarmante, somado à demanda dos investidores por planos confiáveis por parte das empresas para reduzirem sua pegada de carbono, nos leva a ver este como um tema central para 2022”, diz Ungaretti.
No caso do crédito de carbono, a especialista aponta que esse mercado movimentou em 2020 cerca de 229 bilhões de euros, crescendo mais de 20% na base anual e sendo esse um número cinco vezes maior do que em 2017, indicando que há, sim, movimentações consideráveis no setor.
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“Reforçamos nossa visão de que não há uma bala de prata no combate ao aquecimento global, vemos os créditos de carbono como uma solução alternativa importante para enfrentar as mudanças climáticas”, comentou.
No social, regulações são destaque
No braço social, a XP vê as empresas sendo mais cobradas quanto a medidas de inclusão, com várias companhias tomando iniciativas para, por exemplo, empregar minorias. Além disso, no Brasil, deve ser destaque também a segurança de dados, uma vez que o país vem avançando na fiscalização sobre a Lei Geral de Proteção de Dados.
É ainda no braço da fiscalização e das regulamentações que Ungaretti vê as duas últimas tendências: uma regulação brasileira e mundial sobre as publicações sobre o tema das companhias . “Além da atual onda de mudanças impulsionada pela sociedade e investidores, também acreditamos que as mudanças impostas pelas regulamentações estão e terão, cada vez mais, um papel importante e central no direcionamento das empresas para melhores práticas ESG”, afirmou.
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No Brasil, ela menciona que a CVM já organiza estudos internos para impor regulações sobre as informações de sustentabilidade pelas empresas. Lá fora, a International Accounting Standards Foundation (IFRS) já anuciou a criação de padrões internacionais de transparência e de registro de informações ESG.
“Esperamos um número cada vez maior de iniciativas para adotar a padronização dos relatórios ESG, o que é uma evolução necessária”, comenta.
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