Escalada do conflito entre China e Taiwan pode ser um ‘problema para todas as cadeias de suprimento do mundo’, diz CEO da Multi, ex-Multilaser

Alexandre Ostrowieck participou de live do InfoMoney e falou, entre outras coisas, sobre preços, queda do lucro, dividendos, novas aquisições e rebranding

Anderson Figo

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A escalada do conflito entre China e Taiwan pode representar um problema para todas as cadeias de suprimento do mundo, na visão de Alexandre Ostrowieck, CEO da Multi (MLAS3), antiga Multilaser. A companhia sofreu em 2020 com a falta de suprimentos vindos de países asiáticos por causa da pandemia de coronavírus, mas a situação agora está normalizada, segundo o executivo.

“Hoje, a parte de supply está bem normalizada. A gente não tem mais grandes preocupações nisso. É claro que nós estamos agora num cenário que se fala muito no assunto geopolítico, de China, Taiwan etc. Na hipótese remota disso escalar para ações militares, pode ser um grande problema para todas as cadeias de suprimentos do mundo, inclusive de componentes eletrônicos. Mas fora isso, que eu acho que é um cenário bastante remoto, a situação está bem regularizada já”, disse.

Ele participou do Por Dentro dos Resultados, projeto no qual o InfoMoney entrevista CEOs e diretores de importantes companhias de capital aberto, no Brasil ou no exterior. Os executivos falam sobre o balanço do segundo trimestre de 2022 e sobre perspectivas. Para acompanhar todas as entrevistas da série, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.

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Com cerca de 6 mil produtos no portfólio, a Multi conseguiu fazer sua receita líquida crescer 1,2% entre o segundo trimestre de 2022 e o mesmo período do ano passado, para R$ 1,173 bilhão. Mas houve queda do lucro líquido e do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) na comparação anual.

Sobre a queda do lucro, Ostrowieck explicou que dois fatores não recorrentes pesaram sobre o resultado final da companhia no período. Um foi a variação cambial negativa, já que a empresa é importadora, pois compra muitos componentes para seus produtos no exterior. A perda cambial no trimestre foi de R$ 70 milhões.

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“O segundo ponto é que tivemos alguns ajustes fiscais. A gente fez uma reavaliação, algumas denúncias espontâneas, pontuais, referentes ao período de 2017 a 2019, e aí foi lançado neste trimestre. Não é um dado que impacta da nossa operação diretamente”, completou.

O CEO falou ainda sobre o rebranding da marca, trocando o nome de Multilaser para Multi, além de perspectivas para vendas de TVs na Copa do Mundo, novos celulares com tecnologia 5G, sobre a operação de motos elétricas, novas aquisições no radar, endividamento e possível captação no futuro, como o Auxílio Brasil em R$ 600 ajuda a companhia e sobre política de dividendos. Assista à live completa acima, ou clique aqui.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.