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Após mais períodos difíceis para o setor educacional na Bolsa, as projeções para as educacionais ainda vão levar algum tempo para se tornar otimistas. As ações hoje negociam com desconto e, na visão do Itaú BBA, refletem o cenário mais desafiador para segmentos domésticos na Bolsa e a dinâmica mais complicada de lucros nos últimos trimestres. Cabe ressaltar que, entre as ações que compõem o Ibovespa, Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3) registram quedas respectivas de 59,60% e 52,16% no acumulado de 2024, entre as maiores baixas do índice no ano.
Isso pode ser atribuído, em parte, ao crescimento mais fraco no segmento de ensino à distância e a algumas questões mais ligadas ao desempenho das companhias diretamente, como pressão na rentabilidade por aumento de despesas de marketing e avanço das provisões para devedores duvidosos (PDD). Além disso, os nomes apresentam incertezas ligadas à regulamentação, como potencial aumento de vagas de medicina e novas regras para Ensino a Distância (EAD).
O Bradesco BBI compartilhou insights após reunião com a Hoper Educação. Na pauta, as mudanças regulatórias e perspectivas para cursos de medicina e seu impacto para o setor educacional. O BBI destaca que, de acordo com os dados, há indicação de um declínio potencial de ingressantes no EAD. A razão da queda, de acordo com o banco, seria o fluxo de notícias negativas do Ministério da Educação (MEC) sobre a qualidade da modalidade.
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A regulamentação mais rígida que pode vir para o setor não necessariamente será favorável para o aumento de ingressantes, muito pelo contrário. O BBI considera, citando dados da Hoper, que a demanda deve ser impactada com o aumento da carga horária presencial nos cursos.
Para o segmento de cursos de medicina, os desequilíbrios entre oferta e demanda já aparecem, segundo a análise. E a expectativa é que se tornem mais agravados com novas vagas. Já agora, os lugares não são totalmente preenchidos (cerca de 90% e em declínio, segundo os dados). A relação entre candidato/vaga caiu de 22 para 2025 para 7 em 2022. O efeito disso, segundo o BBI, já se vê nas mensalidades cobradas pelas companhias, que já chegam a R$ 8 mil por mês na capital e R$ 6 mil no interior do país. “O impacto nas mensalidades do aumento contínuo da oferta deve começar a ficar mais claro em 2025. Players com os seus próprios hospitais podem estar mais bem posicionados, dada a potencial falta de infraestrutura para as aulas práticas”, diz o BBI.
Considerando especificamente a saúde financeira das companhias do setor, a pressão de captação, rentabilidade e geração de caixa foi subestimada, de acordo com o BBA, e é algo que pode seguir acontecendo no segundo semestre de 2024. Apesar disso, os atuais níveis dos papéis são vistos como atrativos, em especial considerando uma potencial recuperação em 2025. A análise alerta que, para investidores que buscam melhor dinâmica de curto prazo, o segmento do ensino superior não é o mais promissor no momento.
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Principais nomes do setor
O BBA revisou as avaliações para as companhias sob sua cobertura no setor e estabeleceu preço alvo para 2025. A Ãnima (ANIM3) é uma das principais escolhas do setor e mantém bom potencial de valorização. Dentre os principais nomes, o BBA manteve sua visão positiva, recomendando compra, para Yduqs (YDUQ3), com preço alvo de R$ 20; a já citada Ânima (ANIM3), com preço alvo de R$ 7; e Cogna (COGN3), com preço alvo de R$ 3. Para Cruzeiro do Sul (CSED3), o preço alvo foi cortado para R$ 6 (dos R$ 7 estimados para 2024) mas a recomendação de compra ainda se manteve.
Já Ser Educacional (SEER3) teve preço majorado para R$ 8 para 2025, considerando o patamar de R$ 6 estabelecido para 2024, com recomendação “neutra”. A companhia deve se beneficiar mais com as aprovações de liminares de medicina, mas ainda é vista de forma conservadora. Por fim, Vitru (VTRU3) apresenta valuation atrativo, para o BBA, e também tem recomendação de compra, com preço alvo de R$ 18 para fim do ano que vem (antes R$ 20 para 2024).