O setor da construção civil, no Brasil, ainda conta com uma defasagem quando se fala em eficiência e tempo. Geralmente, as obras tradicionais de prédios demoram, no mínimo, dois anos para serem concluídas, consomem tempo e acarretam em desperdício de dinheiro com gastos desnecessários. Uma nova realidade começa a ser desenhada nos canteiros brasileiros, a partir do uso da tecnologia e de processos construtivos mais racionais e eficientes.
A Trisul, construtora e incorporadora paulista que há mais de 30 anos atua no setor, está despontando como a precursora na implementação de novos sistemas de construção, a partir do que a empresa considera como a industrialização do canteiro de obras – que ajuda a diminuir o ciclo construtivo e colabora, principalmente com uma das características imprescindíveis da marca – o de entregar aos clientes empreendimentos de qualidade.
Um dos exemplos mais atuais que pode ser apresentado é a construção das duas torres do Elev Brás, empreendimento MCMV localizado em uma da áreas comerciais mais tradicionais da capital paulista. Com vários conceitos inovadores da gestão de processos na obra, ele chama a atenção pela dinâmica de fluxos de trabalho com economia de tempo e recursos.
“É como se transformássemos o canteiro de obras em uma linha de montagem, semelhante ao do setor automobilístico. O material já chega na obra pronto para ser usado e montado”, explica Roberto Jr, diretor de engenharia da Trisul e responsável pela implantação dos sistemas construtivos na empresa.
A racionalização de processos e a mecanização das atividades no canteiro otimiza e reduz o tempo de obra. “Na obra Elev Brás, por exemplo, conseguimos reduzir alguns prazos – o que antes levávamos 24 meses, reduzimos para 21 no começo da obra e agora, já otimizamos para 15 meses. Ou seja, pouco mais de um ano para concluir um empreendimento com duas torres e 400 apartamentos”, explica o diretor.
A construção vem em parceiras e kits
Hoje mais que nunca a engenharia ajuda e planejar e abre portas para fomentar parcerias com fornecedores. “80% do processo construtivo é planejamento. E precisamos sempre estar atentos para melhorar nossos processos, estreitando ainda mais o relacionamento com nossos fornecedores”, ressalta.
Roberto se refere às empresas parceiras de Trisul que ajudaram na implementação e novos processos e sistemas que ajudam a reduzir prazos e evitar desperdícios. Empresas como Weg, Tigre e Astra debruçam sob o projeto com a Construtora para conseguir melhorar processos e diminuir desperdícios.
Exemplo disso é que a Trisul enviou uma equipe até à sede da Weg (indústria especializada em materiais elétricos), em Jaraguá do Sul, para desenvolver junto com eles uma solução customizada para os prédios em construção. Tudo integrado e feito sob medida, para economizar energia tanto do projetista quanto do responsável pela obra.
Foram dois dias na sede da empresa no Sul para desenvolver um quadro Weg-Trisul, que chega no canteiro na forma de um kit de material por apartamento entregue por uma grua em cada unidade durante o processo de logística interna dos materiais. “Nas obras normais, o processo é outro, aqui a única coisa que falta na parte elétrica, por exemplo, é o espelho do interruptor”, destaca o diretor de engenharia.
Outro exemplo de parceria muito bem sucedida é no caso da hidráulica. O kit é composto por mangueiras de água, tubulações, além dos saquinhos com parafusos, na quantidade certa. A vantagem é que é possível eliminar o erro humano, a parte de cortar na obra. A pessoa que faz a instalação é um montador e não um cortador, o que reduz trabalho, reduz desperdício, reduz assistência técnica.
O projeto vai para a indústria, lá eles dimensionam e já fazem as prumadas, a ‘aranha hidráulica’ como é chamada a conexão do ralo com os tubos, tudo na medida certa. É só encaixar e funcionar. A parte artesanal da obra ficou no passado, tudo é linha de produção, os canteiros de obras estão se industrializando. O processo artesanal ficou para a montagem no local.
Transformação no canteiro de obras
A obra também conta com painéis arquitetônicos como alternativa às fachadas tradicionais de alvenaria. “As peças são pré-fabricadas de acordo com a estrutura do prédio, são içadas por gruas, ou seja, não dependem de mão-de-obra para ser posicionado, o que garante maior precisão e evita acidentes. Sem contar que o processo é mais rápido, pois quem faz força é a grua”, explica o diretor.
Com a vantagem do material utilizado ser concreto ao invés de alvenaria, não há necessidade de acabamentos robustos e tem durabilidade melhor já que é resistente às intempéries climáticas (sol, chuva e vento).
O preenchimento dos painéis por cimento é feito com máquinas – a Trisul utiliza um Mastro que faz a concretagem, sendo um dos poucos canteiros de obra no Brasil que possuem essa ferramenta. “O Mastro coloca o concreto no ponto certo, dando mais precisão à obra. É mais rápido, mais racional. Tal processo também leva a praticamente zero o índice de acidentes, devido aos moldes serem preenchidos industrialmente e o espaço já ficar fechado, sem risco de quedas”, diz Roberto.
O Drywall é utilizado na demarcação dos ambientes e por também ser um material industrializado que já vai pronto para a obra, permite uma construção muito mais limpa, que não demanda a utilização de argamassa ou outro material. A execução é mais limpa: enquanto a alvenaria produz cerca de 20% de resíduos de obra, o Drywall produz apenas 5% e seus resíduos são 100% recicláveis.
Não há estoque de material, portanto não existe a deterioração e a quebra de materiais é evitada, já que a utilização é imediata. As portas são entregues embaladas e pintadas, direto da fábrica: é só colocar no apartamento. “As dobradiças são feitas por máquinas, o que dá precisão e evita contornos desiguais e mau acabamento, e a vedação já vem colocada”, explica Roberto.
Todo o projeto da obra pode ser acessado por aplicativo no celular, através da metodologia BIM, que mostra o projeto em 3D. O ganho de qualidade e produtividade é alto, assim como o maior controle sobre os custos e a execução. “Aqui na Trisul, temos um canteiro de obras semi-industrializado. É um sistema construtivo alternativo e novo para os parâmetros brasileiros, reduzimos com isso o tempo de obra e os valores gastos. São 160 funcionários para 400 apartamentos. A obra é feita praticamente em linha de montagem”, conclui Roberto.
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