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A Eneva (ENEV3) anunciou na terça-feira (1) que seu CEO, Pedro Zinner, comunicou ao conselho de administração sua intenção deixar o cargo, que ocupa há seis anos, para buscar novos desafios. Posteriormente, foi anunciado que Zinner será CEO da Stone (Nasdaq: STNE).
O conselho iniciou o processo de sucessão e Zinner contribuirá para a transição. Enquanto isso, ele permanecerá no cargo de CEO, mas deve deixar a empresa até 31 de março do próximo ano.
O Itaú BBA acredita Zinner teve um papel crucial na virada da Eneva e nas decisões de alocação de capital que criaram “enorme valor” para seus acionistas. Sob o seu comando, o valor de mercado da companhia passou de R$ 4 bilhões para mais de R$ 22 bilhões.
Dessa forma, o BBA já esperava uma reação negativa do mercado nesta quinta-feira (3), pois os investidores podem se questionar sobre os motivos dessa decisão. A expectativa se confirmou, com as ações fechando em queda de 3,40%, a R$ 13,64, nesta quinta-feira (3), após caírem 6,52% (R$ 13,20) na mínima do dia.
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“A Eneva possui um pacote de remuneração bastante agressivo, com alta remuneração variável e incentivos de longo prazo que incluem opções de ações. A ação teve um desempenho incrível nos últimos anos, tornando Zinner um dos CEOs mais bem pagos do Brasil”, comenta BBA, em relatório.
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Para analistas do BBA, existem algumas maneiras diferentes de interpretar este evento. “Alguns podem suspeitar que ele não está mais muito otimista com as perspectivas de longo prazo da empresa, tornando sua remuneração futura menos atraente. Outros podem ver isso como um desdobramento natural”, explicam.
O JPMorgan também destaca que Pedro Zinner tem sido fundamental para a reestruturação financeira da Eneva e notável crescimento nos últimos anos.
O banco americano acredita que a Eneva deve nomear um novo CEO com experiência semelhante no setor de energia e mesmo alinhamento de interesse com acionistas. Por enquanto, analistas acreditam que as notícias podem decepcionar os antigos acionistas da Eneva, e também apontaram que enxergavam possibilidade de queda das ações após o anúncio.
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O que fazer se a ação cair substancialmente?
“Para investidores com um horizonte de investimento mais longo, pode ser uma ótima oportunidade para comprar as ações”, dizem analistas do BBA. “Nos últimos dois anos, a Eneva sempre negociou acima do valor de seus ativos existentes, às vezes com muito crescimento futuro implícito no preço das ações.”
No entanto, desde o último leilão térmico em 30 de setembro, a ação vem sendo negociada abaixo do valor dos ativos existentes. Na opinião do BBA, o leilão foi muito positivo para a Eneva, mas a ação reagiu negativamente porque o resultado ficou aquém das altas expectativas da empresa.
Para investidores com foco no curto prazo, a Eneva pode não ser a melhor opção de investimento, pois o BBA não prevê catalisadores significativos nos próximos meses.
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Itaú BBA mantém recomendação marketperform (desempenho em linha com a média do mercado, equivalente à neutra) para Eneva, com preço-alvo de R$ 16,80, o que representa um potencial de valorização de 19% frente a cotação de fechamento de terça-feira (1) de R$ 14,12.
O JPMorgan também tem recomendação neutra e preço-alvo de R$ 17,50, um potencial de alta de 23,9% em relação ao preço de fechamento da véspera.