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O Governo Federal, através da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), marcou para o final deste mês o Leilão de Reserva de Capacidade na forma de Energia (LRCE) de 2022, dedicado à contratação de novas usinas termelétricas a gás natural. Para analistas, o evento é uma oportunidade histórica para a Eneva (ENEV3), que deve ser o player mais competitivo.
No leilão, que se dá após a privatização da Eletrobras (ELET3;ELET6), a Aneel pretende contratar, por quinze anos, até mil megawatts na Região Norte, com início do suprimento no começo de 2027. Além disso, serão contratados também 300 megawatts para o Nordeste do Maranhão e 700 para o Nordeste do Piauí, ambos para a partir do começo de 2028, pelo mesmo período de tempo.
O Itaú BBA afirmou ver os termos do leilão como “muito atrativos”, dado o teto de preço de R$ 444 por megawatt e custo variável unitário de R$ 450.
“Acreditamos que o leilão será um importante catalisador para a Eneva devido à sua vantagem competitiva devido ao baixo custo do gás natural”, pontua o banco. “A companhia registrou 1 gigawatt de capacidade na região Norte para participar do leilão. Haverá concorrência, pois outros players conseguiram garantir contratos de gás. No entanto, dado o baixo custo do gás do complexo de Azulão, acreditamos que a empresa tenha uma forte vantagem competitiva”.
O Itaú afirma que o upside [potencial de valorização] para a Eneva, no caso de vitória, pode ser grande, com cada 300 megawatts contratados gerando cerca de R$ 2 a R$ 2,5 bilhões em valor presente líquido no preço de mercado da companhia. “A Eneva tem um custo variável próximo de R$ 45 por megawatt e pode vender energia por R$ 444”, diz o banco brasileiro.
Já o Citibank, em relatório de julho deste ano, destaca que a Eneva tem grande diferencial competitivo para buscar também os contratos do Nordeste.
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“Teoricamente, e replicando uma logística implementada com a usina termelétrica de Jaguatirica, a Eneva poderia ser competitiva no leilão de 1 GW no Nordeste. A localização das usinas que serão leiloadas está mais próxima do campo de Parnaíba do que a distância da usina de Jaguatirica e sua fonte de abastecimento de gás”, comentam os analistas, avaliando que este pode ser um dos “principais eventos para a história da empresa”.
A Usina de Jaguatirica II, gerida pela Eneva, começou a funcionar no começo deste ano em Boa Vista, Roraima, utilizando gás natural do campo Azulão, no Amazonas.
“A empresa, porém, vem afirmando que não tem interesse em expandir sua capacidade térmica na região Nordeste, com seu foco ficando para o 1 gigawatt do Norte. Nesta região, a empresa possui excesso de gás certificado (cerca de 9 BCM), as usinas podem ser construídas muito próximas aos campos de produção, e a concorrência é limitada”, destaca o Citi.
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De acordo com o Citi, se a Eneva levar no leilão contratos que garantam o fornecimento de 600 megawatts a um giga, no preço teto de R$ 450 e com o despacho inflexível de 70%, ela pode gerar R$ 4 de valor presente líquido para cada uma de suas ações – que abriram, nesta quinta, negociadas a R$ 15,57.
O banco afirma que o leilão é o trigger [catalisador] mais relevante que a companhia terá neste segundo trimestre, apesar de existir certa esperança de outro evento de contratação em novembro e a conclusão da aquisição do campo de Bahia Terra.
A recomendação do Citi para ENEV3 é de compra, com preço-alvo de R$ 16,50, enquanto o BBA tem recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para os ativos, com preço-alvo de R$ 18,60.
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