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A petroleira Enauta (ENAT3) propôs uma combinação de negócios com a 3R (RRRP3), segundo fato relevante publicado na última segunda-feira (1º) à noite.
Em carta anexada ao comunicado, a Enauta sugere ficar com 47% da empresa combinada e os acionistas da 3R com 53%.
De acordo com a Enauta, a união traria uma produção potencial superior a 100 mil barris de óleo equivalente “com oportunidade de crescimento composto nos próximos cinco anos, e reservas operadas superiores a 770 milhões de barris”.
Diante da proposta, o Conselho de Administração da 3R deliberou que os esforços internos para possível combinação de negócios entre a companhia e a PetroReconcavo (RECV3) fossem momentaneamente suspensos, bem como que a Diretoria direcionasse esforços para avaliação da combinação de negócios com a Enauta no prazo de até 30 dias corrido.
No fechamento dos negócios, as ações da 3R Petroleum (RRRP3) subiram 0,73%, cotadas a R$ 33,34, ms chegaram a avançar 7%, reagindo positivamente ao negócio.
Enquanto isso, PetroRecôncavo (RECV3) recuou 9%, a R$ 21,07, refletindo a possível perda do negócio para a Enauta (ENAT3), que, por sua vez, caiu 11,09%, a R$ 25,73.
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Fusão petroleiras: ENAT3 e RRRP3
Em janeiro, em carta, a sueca Maha Energy, que passou a deter 5% da 3R Petroleum, sugeriu ao Conselho de Administração da petroleira brasileira o desmembramento das operações onshore (campos terrestres) para incorporação pela PetroRecôncavo.
Na ocasião os dois ativos – RECV3 e RRRP3 – dispararam. 3R Petroleum subiu 7,62%, enquanto os papéis da PetroReconcavo saltaram 11,7%, mas, no melhor momento da sessão, as ações, respectivamente, subiram16,85% e 17,68%.
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Análise
Para o Bradesco BBI, a 3R precisará “pensar profundamente em relação a esta proposta de fusão (com Enauta)”, pois faria mais sentido, do que a proposta pela PetroRecôncavo.
Os analistas do banco enumeram os fatores:
- proporção proposta de 53%/47% favorece a 3R (contra o índice atual de 51%/49%);
- supostas sinergias poderiam ser superiores às propostas de uma fusão RECV/3R (US$ 1,5 bilhão vs. US$ 1,1 bilhão em termos de VAL) e a Enauta está menos alavancada que a Petroreconcavo, o que criaria uma empresa ainda mais forte em termos de balanço;
- os termos propostos pela Enauta parecem priorizar as capacidades da atual gestão da 3R, propondo a criação de uma empresa mais diversificada (e menos arriscada em termos de exposição de ativos), potencialmente criando uma nova unidade de negócios de armazenamento de gás no campo de Manati no offshore;
- proposta de fusão não impede que a 3R/ENAT se funda com a RECV no futuro.
“A notícia deverá pesar positivamente nas ações da 3R e negativamente nas ações da RECV, já que a potencial fusão com a 3R é o principal catalisador do nome e será colocada em espera por enquanto”, acrescentaram.
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Por fim, o BBA reforça que, semelhante ao acordo com RECV, poderia haver sinergias materiais relacionadas com SG&A e custo de capital que poderiam ascender a US$ 400-500 milhões.
Além disso, conforme a Enauta reforçou no comunicado, poderá haver sinergias comerciais entre os campos de Atlanta/Oliva com as refinarias da 3R. “Acreditamos que poderá haver outras sinergias no negócio offshore com Papa Terra”, completa o BBA.
“Vemos a proposta como positiva para a 3R principalmente porque fortalece a posição de negociar da empresa com ambos os potenciais parceiros, além de implicar um prêmio ao seu atual valor de mercado e ter o potencial de desbloquear sinergias”, afirmaram analistas do Safra em relatório a clientes.