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Os analistas do Itaú BBA reiniciaram a cobertura para a ação da Enauta (ENAT3) e atualizaram as estimativas também para as outras “Juniors”, empresas produtoras de petróleo e gás, especializadas na recuperação de campos maduros.
As recomendações são equivalentes à compra (outperform, desempenho acima da média do mercado) para as ações da Enauta, com preço-alvo de R$ 21 ao fim de 2023, além de 3R Petroleum (RRRP3, com preço-alvo de R$ 82 ao fim de 2023), PetroReconcavo (RECV3), com preço-alvo de R$ 40 ao término de 2023) e PRIO (PRIO3, com preço-alvo de R$ 54 ao fim de 2023). Os analistas enxergam valorizações consideráveis para todas as empresas em relação ao preço de fechamento de sexta-feira, de 51% para Enauta, 110% para 3R, 33% para PetroReconcavo e 44% para PRIO.
“Desde que iniciamos a cobertura em 3R, PetroReconcavo e PRIO, estas empresas têm gerado consideráveis retornos aos acionistas devido à incorporação ao portfólio de novos campos maduros de petróleo e gás, crescimento da produção e ganhos de eficiência – cada um destes fatores pesando de uma forma diferente em cada história e em um cenário com ainda elevados preços de petróleo”, avaliam os analistas.
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De um modo geral, veem que as “juniors” oferecem oportunidades de investimento atraentes no universo de óleo e gás diante dos avanços na percepção de capacidade de execução, perspectivas de crescimento de produção, a probabilidade de altos preços de petróleo no curto-médio prazo, além de uma menor exposição a riscos legais e regulatórios do setor, reiterando assim visão otimista para as empresas.
Ao apontarem os diferenciais de cada companhia e principais geradores de valor, os analistas avaliam que a 3R passou recentemente por marcos importantes em direção à estabilidade da operação e reorganizou sua equipe administrativa para se concentrar no desenvolvimento e na integração dos ativos.
“Estimamos que isto ajudará a reduzir ainda mais a percepção de risco de execução do mercado em relação à companhia e provavelmente permitirá que as ações subam junto com os avanços operacionais. Vale ressaltar que o preço das ações ainda está bastante descontado em relação aos seus pares”, aponta.
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Já a Enauta passou por uma série de trabalhos de intervenção e manutenção durante o ano passado que permitiram a empresa garantir a estrutura necessária para produzir petróleo no campo de Atlanta até a chegada do FPSO Atlanta (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de óleo e gás).
A estabilização dos níveis de produção ao longo do ano deve contribuir para a redução da percepção de risco do mercado e permitirá que a companhia surfe este momento de preços elevados de petróleo, contribuindo para a geração de caixa da empresa. Assim, vê uma geração de valor considerável para a Enauta mesmo considerando apenas a Fase 1 de seu plano de desenvolvimento no campo de Atlanta.
Para a PetroReconcavo, avalia que a empresa tem sido referência em relação à capacidade de execução e vê com bons olhos os esforços da empresa em implementar estratégias para destravar valor com a crescente produção de gás. “Embora não incluamos o campo de Bahia Terra em nosso preço-alvo, temos uma visão otimista sobre as negociações entre a PetroReconcavo e a Petrobras PETR4 para a venda do campo e estimamos que isso poderia contribuir em torno de R$ 15 no nosso preço-alvo da PetroReconcavo.
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Por fim, a PRIO, apontam os analistas, oferece uma combinação de ganhos consistentes de eficiência e fortes perspectivas de
crescimento orgânico e inorgânico.
“A empresa apresentou fortes resultados ao longo de 2022, aumentando seus volumes de produção e vendas, ao mesmo tempo em que apresentou os menores custos de extração na história da companhia (lifting cost, em inglês)”, destacam. Embora a tendência de queda do lifting cost (custo operacional médio para extrair cada barril de petróleo) da empresa possa mostrar um retrocesso temporário, após a incorporação do campo de Albacora Leste, o BBA segue otimista com a
execução e as perspectivas de crescimento da PRIO.
Mais visões positivas
Cabe ressaltar que, na semana passada, a XP destacou o que esperar do 4º trimestre das empresas “juniors” de petróleo. Os analistas avaliam que novamente positivo para as empresas juniores de óleo e gás brasileiras que estão em sua cobertura, apesar da redução sequencial dos preços do Brent (queda de 12% na base de comparação trimestral).
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Para André Vidal, Guilherme Nippes e Helena Kelm, analistas que assinam o relatório, há uma visão positiva sobre PRIO, 3R Petroleum e PetroReconcavo, apontando que a queda recente das ações criou um bom ponto de entrada. A recomendação é de compra para as três ações, com preço-alvo para PRIO, 3R e PetroReconcavo de R$ 41,60, R$ 79,30 e R$ 33,80, respectivamente.
Para a PRIO, os analistas avaliam que este deva ser um trimestre incomum após a decisão de vender menos petróleo para controlar custos, o que deve gerar uma queda nos resultados financeiros, se comparado com setembro.
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Com relação à 3R, a entrada dos polos Peroá e Fazenda Belém nos resultados não devem ser suficientes para compensar questões em torno da produção de Macau, o que pode impactar os números negativamente. Por outro lado, a perspectiva é positiva para 2023 com a entrada de Papa Terra.
A PetroReconcavo teve crescimento de 5% na produção durante o quarto trimestre de 2022, o que pode compensar parcialmente a queda nos preços do petróleo. Já as perdas com instrumentos financeiros de proteção podem impactar os números.
Também na semana passada, o Citi elevou o preço-alvo de PRIO de R$ 27 para R$ 60 e reiterou recomendação de compra, apontando que a companhia é uma boa alternativa para exposição aos preços do petróleo na América Latina sem os riscos político que envolvem as grandes empresas da região.
A combinação de crescimento orgânico por meio da renovação contínua de campos maduros, estendendo sua vida útil, e uma agenda de aquisições bem sucedida que deve continuar aquecida, apoiando suas operações no curto e médio prazo, são pontos positivos, avaliam.