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A EMS sugeriu uma combinação de negócios com a farmacêutica Hypera (HYPE3) para “criar maior laboratório farmacêutico do Brasil”, em proposta que envolve uma oferta pública de aquisição (OPA) de até 20% das ações da Hypera por R$ 30 e o restante em troca de ações, o que fez com que as ações HYPE3 tivessem uma sessão de montanha-russa na Bolsa. A notícia tinha sido dado no início da tarde pelo site Pipeline, do jornal Valor Econômico, e pelo Brazil Journal, sendo confirmada posteriormente pelas empresas.
Posteriormente, a Hypera confirmou ter recebido a proposta da NC Farma, controladora da EMS. A EMS disse que, após a combinação de negócios, a nova empresa seria listada no Novo Mercado. A nova empresa teria Conselho de Administração com nove membros, sendo cinco indicados pela EMS.
“O conselho de administração tomará providências para avaliação diligente da proposta, incluindo a contratação de assessores externos”, afirmou a Hypera em fato relevante ao mercado.
A EMS afirmou em proposta à Hypera que realizou análise concorrencial “preliminar” e que não se antecipa necessidade de remédios concorrenciais que impactem a possível transação. A empresa contratou BTG Pactual e Lefosse Advogados como assessores financeiro e jurídico.
Montanha-russa na Bolsa
Em meio a essas notícias, as ações da Hypera saíram de uma derrocada de até 17% durante a manhã – após anunciar mudanças para otimização do capital de giro, descontinuando seu guidance para 2024 – para alta de cerca de 5% logo após a notícia, por volta das 13h20 (horário de Brasília) e depois voltaram a cair. Contudo, o papel amenizou as perdas, virou para ganhos que se firmaram até o fechamento do mercado, com os ativos fechando com avanço de 1,91%, a R$ 26,16, com a proposta confirmada. Na máxima do dia, logo após a notícia, os papéis saltaram 4,87%, a R$ 25,67; já na mínima, os papéis caíram 17,37%, a R$ 21,21.
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Veja o desempenho das ações HYPE3 até a reta final da sessão:
Esta não é a primeira vez que notícias em torno de uma possível consolidação envolvendo os maiores laboratórios farmacêuticos do país surgem.
Em 2022, a Reuters apurou junto a uma fonte com conhecimento do assunto que a Hypera discutiu a venda da companhia para o Grupo NC. Na época, a Hypera também chegou a discutir uma venda para a Eurofarma, acrescentou a fonte.
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O maior acionista da Hypera é o fundador João Alves de Queiroz Filho, com 21,38% do capital da companhia. A mexicana Maiorem, detém outros 14,74%. O grupo Votorantim tem uma fatia de 5,1% na farmacêutica.
A notícia foi publicada no mesmo dia em que os principais executivos da Hypera promoveram uma conferência com analistas para explicar um plano de otimização de capital de giro marcado por estratégia de redução de estoques nos clientes que tem como objetivo cortar a linha de contas a receber para 60 dias ante os 116 do final do primeiro semestre deste ano.
Considerado pela próprio presidente-executivo da Hypera, Breno de Oliveira, como uma “estratégia bastante agressiva” da companhia, a expectativa é que o plano gere ganhos para os acionistas no médio a longo prazos, afirmou.
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A Hypera é dona de algumas das principais marcas de medicamentos que não precisam de receita do país, como Buscopan, Coristina e Neosaldina. Nos últimos anos, a empresa tem investido para ampliar sua base de moléculas de medicamentos genéricos e tem planos de ter uma fábrica piloto de medicamentos oncológicos em 2026.
A companhia teve lucro líquido em 2023 de R$ 1,65 bilhão, sob receita líquida de R$ 7,9 bilhões. O resultado mais recente disponibilizado pela EMS, que afirma ser líder em medicamentos genéricos do Brasil desde 2013, é o desempenho de 2022, que trouxe lucro líquido consolidado de R$ 311,3 milhões, sob receita líquida de R$ 5,7 bilhões.
(com Reuters)