Empresas listadas na BM&F Bovespa terão desempenho melhor em 2012, diz Abrasca

Na contramão das tendências de mercado, entidade projeta cenário favorável para bolsa de valores, impulsionado por corte do IOF

Paula Barra

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SÃO PAULO – Na contramão de estudo que aponta para redução do valor de mercado das empresas brasileiras negociadas na BM&F Bovespa neste ano, o presidente da Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas), Antonio Castro, confia em um cenário favorável para 2012. 

Embora os indicadores de longo prazo estejam abaixo das expectativas, Castro projeta um ambiente seja positivo para as empresas brasileiras listadas na bolsa de valores. Além disso, a retirada do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para investidores estrangeiros é uma boa notícia. “Espero que seja permanente”, disse. 

Para o executivo, a percepção do empresariado é de que o crescimento econômico em 2012 será maior do que neste ano. De acordo com a pesquisa econômica feita pela entidade em dezembro, 36% dos associados da Abrasca consultados pretendem elevar os próprios investimentos em 2012, contra 16,7% na sondagem de janeiro. Naquele mês, 50% dos empresários previam retração dos investimentos. Esse número agora caiu para 16%.

Juros em queda
Outro fator importante é a percepção de que a taxa de básica de juros continuará em queda. Diante disso, Castro acredita que o nível de investimentos das empresas com recursos próprios deverá se expandir com o aumento da confiança do empresariado. “Obviamente, não crescerá em uma extensão muito grande, mas são bons indicadores quando olhamos para frente”, destacou.   

“Historicamente, esses juros muito altos colocaram uma mentalidade de curto prazo na cabeça de todos os empresários”, diz. Castro considera que as iniciativas de fortalecimento do mercado de renda fixa e de compra de debêntures pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) funcionam como um impulso para instrumentos de prazo mais longo. 

Ele ressaltou ainda que o valor das empresas também deve evoluir caso a demanda cresça. Esse avanço, contudo, não ocorrerá em uma velocidade muito grande. “De maneira geral, todo mundo quer ver as coisas com os pés no chão”.  

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Atraente para investimentos estrangeiros
O presidente da Abrasca não tem dúvidas de que o Brasil continuará sendo um forte atrativo para investimentos estrangeiros não especulativos. “As perspectivas de crescimento europeu e americano são muito pequenas”. No caso do Brasil, ele acredita que a tributação elevada faz com que o setor privado não consiga poupar. 

“O Brasil tem essa dificuldade de poupar e tudo o que o governo arrecada é, praticamente, destinado para gastos de custeio. Pouco vai para investimento. Eu acho que esse é o grande problema do Brasil: investe pouco, deixa pouco para a poupança privada”, finalizou.