Empresas defendem construção de hidrelétricas com reservatórios

Segundo Paulo Godoy, presidente da CPFL energia, o país não pode abandonar o potencial hídrico e se concentrar apenas em usinas a fio d'água

Reuters

Usina de Belo Monte
Usina de Belo Monte

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RIO DE JANEIRO – As empresas do setor elétrico precisam se mobilizar para tentar a retomada da construção de usinas hidrelétricas com reservatórios de acumulação, segundo os presidentes da CPFL Geração, Paulo Godoy, e da GDF Suez Energy Brasil, Maurício Bahr.

De acordo com Godoy, o país não pode abandonar o potencial hídrico e se concentrar apenas em usinas a fio d’água (sem reservatório de acumulação de água).

“A grande preocupação é que o setor elétrico ficou covarde frente as questões ambientais e abandonamos as usinas com reservatórios”, disse Godoy em palestra no Congresso Brasileiro de Energia.

“Esse é um dos motivos de despachar 2 mil MW de térmica”, adicionou ele ao se referir a queda no nível dos reservatórios das hídricas em função da menor intensidade de chuvas neste ano.

Na última quinta-feira (18), o ONS (Operador Nacional do Sistema), acionou 2.100 MW de usinas termelétricas a óleo para garantir a segurança no abastecimento de energia elétrica no país, em um momento em que os reservatórios das hidrelétricas no Nordeste se aproximam ao nível mínimo considerado seguro.

As novas usinas hidrelétricas construídas no país – como Belo Monte, no rio Xingu, e Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira – são todas à fio d’água, em um esforço para reduzir os alagamentos e mitigar impactos ambientais dos empreendimentos.

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O presidente da GDF Suez Energy Brasil adotou a mesma linha de discurso: “Temos menos reservatórios hoje e talvez precisamos repensar isso”, disse Maurício Bahr.

Os dois executivos defenderam ainda que o governo brasileiro aperfeiçoe o modelo de leilões de energia, incluindo a realização de certames regionais.

“Precisa haver um aperfeiçoamento dos leilões tanto por fonte como localização para dar chance a nuclear e eólica…. Temos superávit (de energia) até 2016, mas déficit no sul bastante preocupante”, disse Godoy.