Emprego nos EUA, indústria no Brasil, Lula visita MG e mais destaques desta 3ª

Veja as principais notícias que devem impactar os mercados nesta terça-feira (11)

Equipe InfoMoney

Fila em feira de empregos em Uniondale, Nova York (Foto: Shannon Stapleton/Reuters)
Fila em feira de empregos em Uniondale, Nova York (Foto: Shannon Stapleton/Reuters)

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O Brasil e os Estados Unidos têm importantes dados econômicos programados para divulgação nesta terça-feira (11). Às 9h, o Brasil apresenta o índice de produção industrial referente a janeiro, fornecendo uma visão sobre o desempenho do setor manufatureiro.

Já nos EUA, o relatório Jolts (Job Openings and Labor Turnover Survey), que será divulgado às 11h, trará informações sobre as vagas de emprego disponíveis e as movimentações no mercado de trabalho, um dado relevante para avaliar a dinâmica do emprego e o comportamento da economia americana.

Para encerrar o dia, às 17h30, o Departamento de Energia dos EUA divulga os dados sobre os estoques de petróleo, um indicador importante para entender as condições do mercado de energia e os preços do combustível.

O que vai mexer com o mercado nesta terça

Agenda

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia a agenda do dia às 11h com uma visita à linha de montagem da Stellantis, no Polo Automotivo da empresa em Betim (MG). Em seguida, às 12h, participa da cerimônia de inauguração do Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Híbrida Flex e do anúncio de novas contratações da Stellantis. Às 16h25, Lula participa de cerimônia na Gerdau (MG).

O presidente do BC, Gabriel Galípolo, inicia a agenda do dia com uma reunião às 11h com Li Qi, Ministro Conselheiro da Embaixada da China no Brasil, e Huang Siyu, Terceira Secretária da Embaixada da China, no Edifício-Sede do Banco Central, em Brasília (fechado à imprensa). À tarde, das 16h30 às 17h, ele participa da abertura da cerimônia de outorga do “Diploma de Mérito Coaf”, edição 2025, também no Edifício-Sede do Banco Central, em Brasília (fechado à imprensa).

Brasil

9h – Produção industrial (janeiro)

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EUA

11h – Relatório Jolts (janeiro) –

17h30 Estoques de petróleo (semanal)

Internacional

Recessão

As bolsas de Nova York e São Paulo caíram nesta segunda-feira após declarações de Donald Trump sobre a economia dos EUA. O presidente evitou prever uma recessão em 2025, aumentando o temor dos investidores sobre uma desaceleração econômica. Como reflexo, muitos migraram para o dólar, considerado um porto seguro em tempos de incerteza. O Dow Jones recuou 1,42%, o S&P 500 caiu 2,48% e o Nasdaq perdeu 3,99%. No Brasil, o Ibovespa cedeu 0,48%, enquanto o dólar subiu 0,44%, a R$ 5,815. O Fed de Atlanta estimou uma contração de 2,4% no PIB no primeiro trimestre, intensificando os receios. Investidores seguem atentos às tarifas de importação e políticas econômicas que podem impactar o crescimento.

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Temores

O Federal Reserve (Fed) não deverá reduzir a taxa básica de juros na próxima reunião de política monetária, mas os mercados futuros apostam em cortes de 0,25 ponto percentual a partir de junho, caso os temores de desaceleração econômica nos EUA, causados por uma guerra comercial, se concretizem. Os comentários do presidente Donald Trump sobre um “período de transição” e o aumento de tarifas sobre China, Canadá e México geraram preocupações sobre uma possível recessão. Jerome Powell, presidente do Fed, destacou que o banco central não tem pressa em cortar os juros, dada a força do mercado de trabalho e a inflação instável. Economistas alertam que as políticas de Trump podem desacelerar a economia, o que poderia forçar o Fed a escolher entre controlar a inflação ou proteger o emprego.

Avanços

Os Estados Unidos esperam avanços significativos nas negociações com a Ucrânia nesta semana, disse Steve Witkoff, enviado de Donald Trump para o Oriente Médio. O governo americano também espera assinar um acordo sobre minerais críticos. As reuniões acontecerão na Arábia Saudita e incluirão discussões sobre segurança, questões territoriais e compartilhamento de inteligência. Witkoff afirmou estar otimista quanto à possibilidade de o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, viajar aos EUA para formalizar o acordo. Além disso, destacou que os EUA nunca restringiram a Ucrânia no acesso a informações de defesa.

Economia

Imposto de Renda 2025

A Receita Federal realiza nesta quarta-feira, 12 de março, a coletiva de imprensa para anunciar as novas regras do Imposto de Renda 2025. A coletiva começará às 15h, no auditório do Ministério da Fazenda.

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Agro

O agronegócio será a grande aposta para impulsionar a economia este ano, segundo Caio Carvalho, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag). Após a retração de 3,2% no PIB agropecuário em 2024, o setor deve se recuperar com uma safra maior e um cenário externo mais favorável. A queda foi atribuída à desvalorização das commodities e a adversidades climáticas. Enquanto isso, o governo tenta conter a inflação dos alimentos, anunciando a isenção de tarifas de importação para itens como carne e milho. Carvalho avalia que a medida terá impacto limitado, pois envolve produtos nos quais o Brasil já é um grande exportador.

Soja

A colheita de soja 2024/25 no Brasil atingiu 61% da área até a última quinta-feira, superando os 55% do mesmo período de 2023, segundo a AgRural. O tempo adverso, porém, continua afetando a produtividade no Rio Grande do Sul, que sofre com estiagem e calor. Em Mato Grosso, a colheita avançaria mais rápido não fosse o excesso de chuvas em algumas regiões. Já o milho preocupa produtores em Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais e São Paulo devido ao tempo seco. O plantio da segunda safra alcançou 92% da área estimada no centro-sul, enquanto a colheita da primeira safra chegou a 54%.

Política

Preço dos alimentos

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, afirmou na segunda-feira (10) que o governo federal ainda deve anunciar novas medidas para conter a alta dos preços dos alimentos. Além da isenção de tarifas de importação para itens como carne, café e milho, o governo pretende reforçar estoques reguladores e incentivar o financiamento de produtos da cesta básica no novo Plano Safra. Teixeira também pediu colaboração dos governadores para reduzir impostos sobre esses alimentos e aliviar a inflação.

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Sem efeito imediato

O vice-presidente e ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou ontem que as medidas do governo para reduzir os preços dos alimentos não terão efeito imediato, mas devem levar a uma queda gradual. Em entrevista à CBN, ele apontou que a alta dos preços foi impulsionada por quebras de safra e pela valorização do dólar. Como resposta, o governo zerou o imposto de importação de itens como carnes, café, milho e azeite, além de sugerir aos estados a isenção parcial do ICMS sobre a cesta básica. Alckmin descartou taxar exportações do agronegócio.

Margem Equatorial

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, reafirmou nesta segunda-feira (10), durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que a decisão sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial pela Petrobras será baseada em critérios técnicos.

Prioridade

O novo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que sua principal prioridade será reduzir o tempo de espera para atendimentos especializados no SUS. Em sua posse, na segunda-feira (10), ele destacou que pretende envolver setor privado, universidades, estados e municípios para acelerar consultas e exames de média e alta complexidade.

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O governo pretende reformular a tabela SUS, oferecendo incentivos financeiros a estados e municípios que reduzirem o tempo de espera. Além disso, Padilha reforçou o compromisso com o programa Mais Acesso a Especialistas, focado em áreas como oncologia, cardiologia e ortopedia.

Colaboração

Gleisi Hoffmann assumiu a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) com a missão de fortalecer a articulação política do governo Lula, ressaltando seu papel de dialogar com o Congresso e a sociedade. Em seu discurso, prometeu trabalhar em estreita colaboração com ministros como Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil), além de enfatizar a importância de respeitar adversários e buscar uma base estável. A ministra também destacou a ampliação da isenção do Imposto de Renda como uma prioridade. Sua nomeação gerou resistências, principalmente no Centrão, devido ao seu perfil combativo, mas o governo espera que ela amoleça sua postura em prol da governabilidade. A mudança visa aumentar a aprovação da gestão e fortalecer as relações políticas do governo.

Comitê de cultura

O deputado federal Kim Kataguiri (União) apresentou nesta segunda-feira, 10, uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Cultura, Margareth Menezes, após o Estadão revelar a pressão para que comitês de cultura criados na gestão petista ajudassem na eleição de aliados em 2024.

Michelle e Carlos Bolsonaro

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro falou sobre sua relação com o vereador Carlos Bolsonaro (PL), no último sábado, 8. Em entrevista ao jornalista Alexandre Garcia, ela contou que, embora já tenha perdoado o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), não quer conviver com o enteado.

Vazamento

O ex-prefeito de Araraquara (SP) e pré-candidato à presidência do PT, Edinho Silva, criticou o vazamento de uma reunião interna do partido, onde o nome dele foi discutido. O encontro, realizado na casa da ministra Gleisi Hoffmann, teve a participação de representantes da corrente CNB, que sugeriram que Lula apoiasse outro nome para a liderança. Edinho considerou a situação revoltante e disse que a reunião deveria ser um esforço de unificação, não usada para interesses pessoais. Apesar de ser apoiador de Gleisi, Edinho afirmou que respeitará sua escolha para a sucessão. Ele também busca ampliar apoio, contando com nomes como José Dirceu e Reginaldo Lopes.

Sucessão no PT

Em meio à crescente tensão em torno da eleição para a presidência do PT, a nova ministra da Articulação Política, Gleisi Hoffmann, agendou uma reunião com o ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, favorito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sucedê-la no comando do partido, segundo reportagem do jornal O Globo. A conversa está marcada para hoje. A sugestão do encontro partiu da própria Gleisi, após Edinho expressar sua “indignação” com o vazamento de uma reunião entre Lula e membros da corrente majoritária do partido, a Construindo um Novo Brasil (CNB), da qual tanto Gleisi quanto Edinho fazem parte.

Segurança pública

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública está pronta para ser enviada ao Congresso. A proposta inclui a integração das polícias brasileiras, com destaque para o reconhecimento das Guardas Municipais como órgãos de segurança pública, conforme decisão do STF. Lewandowski também abordou a questão das câmeras corporais, com 14 estados já aderindo às normas federais. Para receber financiamento, os estados precisam cumprir requisitos técnicos e apresentar metas e planos de implementação das câmeras nos policiais militares.

Consignado

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo deve enviar ainda nesta semana a Medida Provisória (MP) para o novo crédito consignado. A MP, que estabelece as condições para a criação do crédito consignado privado, está prevista para ser publicada no dia 12, embora tenha ocorrido um atraso em relação ao cronograma inicial devido a definições pendentes sobre a operação técnica do produto. A plataforma de oferta do crédito deve ser lançada entre sete e dez dias após a publicação da MP, após regulamentação por um comitê formado pelos ministérios da Fazenda e do Trabalho, além da Casa Civil. Além disso, Haddad indicou que o envio do Projeto de Lei (PL) que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil ocorrerá após a MP, sem data específica.

Ajustes

O líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (PT-AP), afirmou que o governo deve se reunir nos próximos dias com o relator do Orçamento, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), para discutir ajustes no Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) de 2025, com previsão de votação no próximo dia 19. Uma das questões em debate será a adequação do programa educacional Pé-De-Meia ao Orçamento, atendendo a uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que exigiu ajustes dentro de 120 dias. O TCU determinou que o programa possa ser executado fora do Orçamento até que o Congresso delibere sobre o tema. A Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados estimou que há R$ 10 bilhões do Pé de Meia fora do Orçamento, enquanto o Ploa de 2025 prevê apenas R$ 1 bilhão para o programa.

Mais 63

O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou 63 pessoas envolvidas no ataque à Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, com penas variando de um a 17 anos de detenção, aplicadas após julgamentos virtuais no fim de fevereiro. Em dezembro de 2024, 371 réus já haviam sido condenados por participação nos atos. Nove dos 63 réus receberam penas mais graves, entre 14 a 17 anos, e deverão pagar R$ 30 milhões em indenização por danos morais coletivos.

Investigação

O Ministério Público pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) que analise a legalidade e a regularidade do contrato de R$ 478,3 milhões entre o governo e a Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) para a COP30 em Belém. A contratação foi feita sem licitação, o que gerou preocupação sobre o uso adequado dos recursos. O procurador Lucas Furtado destacou a necessidade de o TCU avaliar acordos de cooperação técnica e acompanhar contratações similares, segundo a CNN. O aumento nos contratos da OEI no governo Lula, especialmente após a gestão de Leonardo Barchini, também foi mencionado. A Secretaria da COP30 ainda não se manifestou.