Emergentes se destacam como alocação atrativa para fundos de Private Equity

Professor de Harvard diz que o mercado está em transformação, e não vê motivos para os mercados emergentes ficarem para trás

Fernando Ladeira

Publicidade

SÃO PAULO – Os mercados emergentes aparecem como a alocação mais atrativa de investimento, afirmou em congresso organizado pela ABVCAP (Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital) o professor de investment banking da Harvard, Josh Lerner.

Para ele, o mercado de Private Equity atualmente é dominado pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, mas não há motivos para os emergentes não crescerem ainda mais, inclusive no Brasil, já que ainda respondem por uma parte pequena quando comparados ao mercado como um todo.

Lerner explica que, nos últimos anos, a indústria de Private Equity tem enfrentado mudanças importantes, sendo que as grandes perguntas que surgem são de onde os recursos vêm e para onde eles vão, tal como quais são as novas oportunidades de investimentos.

Grandes investidores são cada vez mais importantes
Quanto à base de investidores, o professor chama a atenção para uma mudança importante: até 2008, quando eclodiu a crise financeira, a base era dividida entre investidores que alocavam os recursos em nichos, como famílias e fundações, e entre aqueles que aplicam uma grande quantidade de capital em diversas áreas, como os fundos de pensões e os soberanos.

Entretanto, a partir de 2008 esse último grupo alcançou uma participação bem superior à do primeiro, o que gera um paradoxo, na opinião de Lerner. O professor explica que, enquanto surgem problemas maiores de liquidez, as instituições públicas se tornaram ainda mais agressivas de modo a cumprir com os seus compromissos, conforme tem sido observado nos fundos de pensões dos EUA.

Outra revolução, nas palavras de Lerner, diz respeito à complexidade dos mercados. Segundo ele, os fundos de private equity estão se tornando cada vez maiores e mais complexos.