Emergentes responderão pela metade do crescimento mundial até 2025, diz Bird

Consumo doméstico sustentará a expansão média de 4,7% desses países, enquanto os desenvolvidos deverão crescer 2,3% ao ano

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SÃO PAULO – “Até 2025, as seis maiores economias emergentes – Brasil, China, Índia, Indonésia, Coreia do Sul e Rússia – responderão por mais da metade do crescimento global”, aponta um estudo divulgado pelo Banco Mundial nesta terça-feira (17), que prevê a economia global pautada pela diversificação e não mais dominada por transações com uma única moeda – atualmente o dólar.

“O crescimento veloz das economias emergentes levou a uma mudança na qual os centros de crescimento econômico estão distribuídos entre países desenvolvidos e em desenvolvimento – é um mundo verdadeiramente multipolar” afirmou Yifu Lin, economista-chefe do Bird.

Para chegar lá, o banco prevê que os principais emergentes deverão crescer em média 4,7% ao ano, enquanto as economias centrais avançarão a uma taxa de 2,3% ao ano até 2025. 

Além disso, países como China, Indonésia, Índia e Rússia terão como desafio mitigar problemas políticos instituicionais, enquanto no caso do Brasil, mais uma vez a chave da questão está na educação e no capital humano.

Consumo doméstico deve guiar expansão
Até o momento, diversas economias emergentes ainda contam com a adaptação tecnológica e a demanda externa para direcionar seus investimentos, porém, está estrutura tende a mudar cada vez mais rápido, de forma a gerar sustentabilidade de crescimento através do fortalecimento do mercado doméstico destes países, caso no qual o Brasil já é tido como exemplo.

“Com o crescimento substancial da classe média nos países em desenvolvimento e as transições demográficas na maioria dos países do leste asiático, um consumo mais forte tende a prevalecer, o qual pode servir como uma fonte de sustentabilidade para o crescimento global”, afirma o estudo.

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Fusões e aquisições
Esta nova composição de forças no mercado internacional naturalmente terá reflexos nas finanças corporativas e nos investimentos, especialmente nos casos de fusões e aquisições, avalia o Bird. Nas relações de fluxo de investimento direto entre países do hemisfério sul – na teoria, os países emergentes -, há tendência de desenvolvimento de novos projetos, enquanto o movimento dos investimentos diretos do sul para o norte deve dar preferência às aquisições.

“A medida que os emergentes se expandem, mais países em desenvolvimento e suas companhias terão que estar melhores capacitados para terem acesso ao mercado de ações e renda fixa internaiconal para financiar seus investimentos no exterior”, conclui o Bird em seu estudo.