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O CEO da Embraer (EMBR3), Francisco Gomes, afirmou nesta segunda-feira (18) que considerou o ano de 2023 “marcante”, com início de um novo ciclo para empresa. Entretanto, os desafios, relacionados aos gargalos nas linhas de produção, como o recebimento de materiais para a fabricação das aeronaves, podem seguir em 2024.
“Sobre jatos executivos e (aeronaves) comerciais, nós fizemos o plano para esse ano levando em conta os compromissos dos fornecedores (que são) gargalos para nós, como, por exemplo, motores. Nós fizemos um plano com base nesses compromissos”, afirmou o executivo, durante teleconferência com analistas.
“Claro que durante o ano tem os riscos deles atrasarem como aconteceu nos anos anteriores, mas acho que a gente está bem calibrado, para a produção e entregas dentro dos limites do guidance”, complementou, ao comentar os resultados do 4º trimestre, quando registrou lucro ajustado de R$ 350 milhões.
Nesta segunda-feira (18), após a divulgação dos resultados, as ações da Embraer estão entre as mais negociadas da sessão. Por volta das 12h50, os papéis recuam 1,1%, cotados a R$ 28,78, em um movimento de correção e realização, após bater logo após a abertura do pregão nos R$ 30.
No ano, o papel sobe 28,54% e em doze meses salta 42%. Em março, a alta desacelerou para ganhos de 17%.
Guidance de entrega ousado
Aos analistas e investidores, a Embraer voltou a falar sobre os gargalos na cadeia de suprimentos. Por esse motivo, a entrega de aeronaves ficou abaixo das estimativas em 2023.
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Na aviação executiva, o guidance era entre 120 a 130, mas acabou entregando 115 aeronaves. Já na aviação comercial, a estimativa ficava entre 65 a 70, mas a entrega no ano passado foi de 64 aeronaves.
O guidance para 2024 é ainda mais audacioso. Na aviação executiva, o mínimo de entregas é de 125 unidades e o máximo de 135. Na comercial, a estimativa desse ano está entre 72 e 80 aeronaves.
Nessa conta não estão os aviões E175 do contrato com a American Airlines, que envolve 90 unidades. As entregas para a companhia aérea americana estão previstas de iniciar em 2025.
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Dividendos em 2025 é um “sonho”
Em meio à euforia justamente pelo crescimento das encomendas da companhia, a Embraer anunciou que pode voltar a pagar dividendos ano que vem.
“A gente ainda tem prejuízos acumulados. Então, a gente precisa de 2024 e um pedaço de 2025 para zerar o prejuízo. Sendo assim, a empresa está qualificada a voltar a pagar dividendos, que é o nosso plano e nosso sonho para 2025”, disse o CFO Antonio Carlos Garcia a analista.
“Sobre quantidade de pagamento de dividendos, a gente não chegou lá ainda, pois estamos revendo nossa política. A gente hoje tem uma política que é muito simples de 25% do lucro líquido no período, mas a gente está fazendo uma revisão até para desenhar o futuro da companhia”, ressaltou.
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“Então, no geral, 2025 (para pagamento de dividendos), mas a primeira fronteira é zerar o prejuízo acumulado que ainda existe”, afirmou.
Pelo balanço da Embraer, o prejuízo acumulado em 31 de dezembro de 2023 era de R$ 1,593 bilhão.