Embraer: BofA tem compra e eleva preço-alvo em 43% para ações negociadas em NY

Analistas ressaltam que o ímpeto da Embraer continua crescendo com mais um trimestre de avanço de receita e lucro, em um ambiente rico em demanda

Lara Rizério

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A Embraer (EMBR3) é a maior alta do Ibovespa no ano com ganhos de mais de 100% e também o maior avanço do índice nesta quinta-feira (22), com alta de cerca de 2%. Os seus ADRs (recibo de ações, ou ativos da empresa brasileira negociados na Bolsa de Nova York) ERJ tiveram a recomendação de compra reforçada pelo Bank of America, com elevação de preço-alvo em 43%, de US$ 28 para US$ 40 (ou um potencial de alta de 22% em relação ao fechamento da última quarta-feira). Com isso, o BofA se juntou ao Morgan Stanley e ao Bradesco BBI, que também possuem target de US$ 40 para os ativos ERJ.

Em relatório chamado: “a Lei da Colheita: colha mais do que você planta”, os analistas ressaltam que o ímpeto da Embraer continua crescendo com mais um trimestre de avanço de receita e lucro, em um ambiente rico em demanda.
“Para atender à demanda, a Embraer está adotando uma abordagem dupla – com foco em tecnologia e pessoas”, avalia o banco. Os analistas da instituição ponderam que a fabricante de jatos teve um segundo trimestre de queima de caixa (de US$ 215 milhões), mas o banco prevê uma melhora no fluxo de caixa livre nos próximos trimestres, à medida que as entregas aumentam.

“O ímpeto da Embraer continua a crescer, com mais um trimestre de avanço de receita e lucro, em um ambiente rico em demanda com backlog (carteira de pedidos) no maior valor em sete anos”, apontam.

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Assim, para atender a demanda, em tecnologia a Embraer adota ferramentas aprimoradas por IA (inteligência artificial) em toda a organização para melhor identificar e abordar problemas da cadeia de suprimentos. Já no domínio “pessoas” a Embraer está alocando pessoal para fornecedores problemáticos de forma a entender melhor seus desafios, instituir mudanças e aumentar a eficiência operacional.

Assim, diz o banco, enquanto a Embraer permanece focada em garantir que a “temporada de colheita” continue, os investidores continuam de olho se a Embraer desenvolverá um novo narrowbody (aeronave de fuselagem estreita) para capitalizar as oportunidades no mercado de OEM (fabricante original de equipamento) comercial.

O banco ainda acredita que o crescimento no segmento de defesa deva continuar. Ele representou o maior avanço de receita em todos os segmentos da empresa (aumento de 127% ano a ano) com Portugal recebendo seu segundo C-390.

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“A perspectiva e o conjunto de oportunidades do C-390 da Embraer estão crescendo. Os membros da OTAN estão recapitalizando suas capacidades militares e o C-390 está emergindo como o avião-tanque preferido da OTAN de última geração. No Farnborough Airshow (evento do setor ocorrido em julho), a Holanda e a Áustria fizeram nove pedidos de C-390s. Esperamos que a demanda dos aliados da OTAN continue, com oportunidades de crescimento na Arábia Saudita e na Índia surgindo”, avalia o banco.

Os serviços também relataram um trimestre sólido e continuam sendo os maiores contribuintes para as margens operacionais. “Esperamos que a demanda permaneça forte, por conta de uma frota de aeronaves envelhecida e pelo posicionamento estratégico”, aponta o banco.

O BofA atualizou ainda a sua metodologia de avaliação para as ações da companhia de um múltiplo de preço sobre fluxo de caixa livre (P/FCF) para EV/Ebitda (valor da firma sobre lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), pois acredita que ela reflete com mais precisão como os investidores valorizam os nomes na indústria, enquanto o novo preço-alvo reflete volumes mais fortes e lucratividade melhorada.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.