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A fabricante de aeronaves Embraer (EMBR3) anunciou, na terça-feira (7), seus números de entregas para o 4T24, mas não forneceu detalhes sobre os dados do backlog (carteira de pedidos). A reação dos papéis é relativamente neutra: às 11h (horário de Brasília), a ação da companhia caía 0,35%, a R$ 57,85.
De acordo com JPMorgan, os números de entregas no trimestre permitiram que a empresa alcançasse o topo da faixa de orientação revisada para aviação comercial de 70 e 73 unidades, com 73 entregas no ano completo, sendo 31 no 4T24, acima das 28 aeronaves previstas pelo banco.
Na aviação executiva, foram entregues 130 jatos no ano, atingindo o ponto médio da orientação de 125-135, com 44 entregas no 4T24, alinhados com a expectativa do banco americano.
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Embora os números de backlog não tenham sido divulgados, o JPMorgan prevê que o backlog no 4T24 deve estar em torno de US$ 23 bilhões, alta de 1,5% na base trimestral ou 23% na base anual, considerando os pedidos recentes na área de defesa.
Analistas do JPMorgan esperavam uma reação marginalmente positiva no pregão de hoje, já que as entregas de aeronaves comerciais foram 11% superiores ao esperado, o que deve resultar em uma receita líquida para o 4T24 de aproximadamente US$ 2,40 bilhões, ante a previsão do banco de US$ 2,16 bilhões e consenso de US$ 2,07 bilhões, impulsionada por entregas maiores e um mix mais valorizado.
Para o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, o JPMorgan acredita que pode atingir cerca de US$ 285 milhões, acima do consenso de US$ 240 milhões.
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O banco americano avalia a Embraer (EMBR3/ADR ERJ) negociando a 7,9 vezes Valor da Firma (EV)/EBITDA 2025, em comparação com Airbus a 11,7 vezes e Bombardier a 7,8 vezes. Com isso, reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 78 por ação.
O Itaú BBA, por sua vez, comenta que os números publicados pela Embraer forneceram confiança adicional na previsão de 80 entregas comerciais em 2025, pois isso representaria um ritmo de crescimento próximo ao desempenho visto nos anos anteriores.
Além disso, o BBA avalia que a projeção de 140 entregas executivas para 2025 parece alcançável com base no desempenho em 2024.
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O BBA reforçou recomendação de compra para a Embraer e preço-alvo de US$ 47 por ADR (recibo de ações negociado nos EUA), pois ainda vê espaço para revisão positiva dos lucros no consenso, impulsionado por uma forte tendência de receita e melhoria da lucratividade.
Já o Bradesco BBI classificou os dados como positivos para Embraer, pois com as entregas do 4T24, a empresa atingiu o limite superior de sua projeção de entrega de aeronaves comerciais e o ponto médio de sua previsão de entrega de 125-135 aeronaves executivas para 2024.
Em segundo lugar, as 6 entregas extras de aeronaves comerciais para 31 unidades no 4T24 de 25 no 4T23 indicam uma melhoria na taxa de produção, mesmo se levarmos em consideração um mix mais benéfico em termos de taxa de produção com 35% de jatos E175 no 4T24, contra 28% no 4T23. Na avaliação do BBI, isso pode ser outro sinal da melhoria gradual da cadeia de suprimentos para OEMs de aeronaves.
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No caso de jatos executivos, embora a entrega de 44 jatos no 4T24 tenha sido menor do que os 49 entregues no 4T23, o resultado ficou em grande parte em linha com a expectativa de consenso e pode ser explicado pelos esforços da empresa em reduzir a concentração de entregas de aeronaves no quarto trimestre.
O BBI manteve recomendação de compra e preço-alvo para o ano fiscal de 2025 de US$ 43,00 por ADR.
Embora os gargalos relacionados à cadeia de suprimentos continuem a ter um efeito negativo na indústria aeroespacial em todo o mundo, a XP avalia as entregas da Embraer para o ano fiscal de 2024 como ligeiramente positivas, com a empresa sendo capaz de atingir seu guidance tanto na divisão comercial (mesmo dentro do intervalo original) quanto na executiva.