Embraer: as projeções para EMBR3 após maior nível de pedidos de aviões em 7 anos

Analistas consideram que dados indicam tendência positiva, mesmo impactados por falhas na cadeia de suprimento e sazonalidade do trimestre

Camille Bocanegra

Publicidade

A Embraer (EMBR3) apresentou seus dados de entregas do primeiro trimestre nesta segunda-feira. A companhia entregou 25 aeronaves no 1º trimestre de 2024, 10 a mais do que as entregas do 1º trimestre de 2023. O backlog total foi de US$ 21,1 bilhões, maior cifra nos últimos 7 anos para a companhia. A Embraer alcançou o patamar principalmente por pedido realizado pela American Airlines.

Mesmo abaixo do consenso, os números foram considerados positivos para analistas e as ações reagiram positivamente. Os papéis subiam 0,97%, a R$ 31,22, às 15h45 (horário de Brasília). No ano, a Embraer valorizou mais de 39% e, nos últimos 12 meses, a alta foi de mais de 57%.

Avião Executiva supera expectativas

A Avião Comercial representou US$ 11,1 bilhões (com crescimento de US$ 2,3 bilhões no trimestre), reforçados pelo anúncio de pedido da American Airlines. Na Avião Executiva, o backlog ficou em US$ 4,6 bilhões, com aumento de US$ 0,3 bilhões trimestralmente. A divisão de Serviço e Suporte da companhia registrou um backlog recorde de US$3,1 bilhões (estável trimestralmente).

Continua depois da publicidade

O backlog de Defesa & Segurança apresentou queda de 4% na comparação trimestral, apesar das negociações mais recentes com países da EMEA. Nesse segmento, é importante destacar que pedidos da Ásia-Pacífico ainda não foram registrados, o que representa um significativo potencial de alta, de acordo com analistas.

Para o Bradesco BBI, mesmo abaixo do consenso, os números indicam que a situação da oferta tem potencial de melhorar ao longo do ano. O cumprimento da orientação fornecida pela companhia, de 72 a 80 aeronaves comerciais em 2024, dependeria não só de melhor cenário para oferta mas também de resolução de problemas na cadeia de suprimentos. O banco considera o nome como outperform (performance acima da média, similar à compra), com preço alvo de US$ 30 para os American Deposit Recipts (ADRs, recibos de ações de companhias brasileiras negociadas nos EUA) da Embraer.

Um dos riscos para as entregas da companhia era a escassez relacionadas aos motores Pratt & Whitney, que seguem afetando a Embraer, mas deve melhorar ao longo do ano. O banco destacou também os esforços para redução da sazonalidade, uma vez que primeiro trimestre tende a ser o mais fraco para os negócios da companhia.

Continua depois da publicidade

Os números apresentados são sólidos, em especial na Aviação Executiva, e demonstram significativo aumento no backlog na comparação trimestral, de acordo com o Santander. A natureza das entregas dá indicações, para a equipe de análise, fortalecimento da demanda, considerando as entregas mais fortes de jatos executivos. Os dados também aumentam a confiança na entrega da orientação do volume para 2024.

Em relação aos modelos comercializados, o Santander compreende que a demanda por E1s segue forte na América do Norte (principal mercado dos E-Jets de primeira geração da Embraer). Os analistas do banco também apostam na melhora da dinâmica na cadeia de produção para impulsionar os números da aeroespacial. O Santander indica o nome como outperform, com preço alvo de US$ 38,00 para os ADRs.

Para o BTG Pactual, as entregas superaram as expectativas, em especial com entregas da Aviação Executiva em quatro unidades acima da previsão. Ainda que em Aviação Comercial o número reportado tenha ficado uma unidade abaixo do esperado, os dados foram considerados como positivos.

Continua depois da publicidade

A visão do banco é que a Aviação Executiva apresentou dados bons o suficiente para impulsionar os resultados do primeiro trimestre (tradicionalmente o mais fraco do ano). O BTG recomenda compra para o nome, com preço alvo de US$ 32,00 para os ADR da Embraer.

Tópicos relacionados