EMBR3: alta de 120% assusta? JPMorgan cita 4 notícias para seguir comprado em Embraer

Fluxo de notícias recente é positivo para fabricante de jatos, aponta o banco americano

Lara Rizério

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Com avanço de mais de 120% de suas ações no acumulado de 2024, a Embraer (EMBR3) segue com recomendação de compra por muitas casas de análise, como é o caso do JPMorgan, com overweight (ou exposição acima da média) para os ADRs (recibo de ações negociados na Bolsa de Nova York) da companhia.

O banco chama a atenção dos investidores para o recente fluxo de notícias positivas sobre a Embraer envolvendo a aceleração dos segmentos de Serviços e Suporte e Defesa e que suporta a visão positiva para os ativos. Isso porque o bom momentum para o book-to-bill (relação entre as ordens recebidas e o valor faturado) provavelmente persistirá nos próximos trimestres.

Confira as notícias que reforçaram o ânimo do JPMorgan com as ações:

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1. África do Sul de olho na aeronave C-390 – A Embraer esteve presente na exposição Africa Aerospace and Defence na semana passada, mostrando as capacidades da aeronave C-390 para a Força de Defesa Nacional da África do Sul (SANDF). De acordo com fontes de notícias especializadas em defesa, a Força Aérea Sul-Africana tem uma frota de 9 aeronaves C-130 Hercules, das quais 2 foram perdidas em acidentes e uma foi usada para peças de reposição.

Assumindo um pedido potencial de 3 C-390 a um preço médio de US$ 120 milhões/aeronave, a carteira de pedidos da Embraer pode aumentar em cerca de 2% ou em US$ 360 milhões em relação aos níveis atuais de US$ 22,3 bilhões (já incluindo pedidos confirmados de C-390 da Holanda e Áustria, bem como vendas recentes de Super Tucano para Uruguai e Paraguai).


2. Pedido de C-390 da Índia – Jornais locais sinalizaram que a Embraer tem “chances reais” de obter um pedido de até 80 aeronaves C-390 (US$ 9,6 bilhões a US$ 120 milhões/aeronave) no processo de licitação em andamento no país, com a Airbus também competindo (potencialmente com a aeronave A400M ou C-295, na opinião do banco).

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O JPMorgan ressalta que a Embraer já tem um MoU (memorando de entendimentos) com a empresa indiana Mahindra Defence Systems para cumprir os requisitos da Força Aérea Indiana (FAI) na aquisição de aeronaves de transporte médio. Se a Embraer obtiver o pedido de 80 aeronaves acima mencionado, seu backlog (carteira de pedidos) atual de US$ 22,3 bilhões aumentaria em 43%, para cerca de US$ 32 bilhões.


3. Expansão da instalação de MRO de jatos comerciais no Texas – A empresa ainda anunciou que expandirá sua rede de serviços de manutenção, reparo e revisão (MRO) abrindo um novo centro de serviços para seus jatos comerciais no Aeroporto Perot Field Alliance em Fort Worth, Texas. Um hangar já existente deve começar a operar no 1T25 (primeiro trimestre de 2025), enquanto outro hangar deve ser concluído até 2027.

O banco estima que a divisão de Serviços e Suporte da Embraer cresça a um CAGR (taxa de crescimento anual composta) de cerca de 14% (2023-2026), atingindo US$ 2,1 bilhões em receitas em 2026 contra US$ 1,4 bilhão em 2023.

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4. Novo centro de serviço autorizado para jatos E2 na Ásia-Pacífico – A Embraer também anunciou que a SIAEP (SIA Engineering Corporation) é o primeiro Centro de Serviço Autorizado da Embraer na região da Ásia-Pacífico a realizar serviços de MRO para jatos E2.

“Lembre-se de que a SIAEP já era um centro de serviço autorizado para a família E1 desde 2017 e tem três hangares em Clark, Filipinas. Acreditamos que isso ajuda a Embraer a obter pedidos potenciais na região da Ásia-Pacífico, especialmente considerando que a aeronave E-190 E2 já obteve a certificação na China em novembro de 2022”, avalia o banco americano.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.