Em bebidas e frigoríficos, Goldman aposta nas proteínas – e a preferência é por JBS

Otimismo é menor em relação a BRF, que já acumula alta de mais de 50% no ano

Ana Paula Ribeiro

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O Goldman Sachs avalia que as empresas de proteína animal irão se beneficiar do ciclo benigno dos preços do frango e também dos efeitos da desvalorização do real. A preferência é pela JBS (JBSS3) devido ao mix de produtos e geração de caixa.

“A JBS é a nossa preferida nas ações de proteína animal, com (potencial) de valorização de 18% em relação ao nosso preço-alvo, com mix diversificado, geração consistente de fluxo de caixa livre e valuations pouco exigentes”, disseram, em relatório.

O preço-alvo para a JBS é de R$ 34,60 com recomendação de compra. A projeção para o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) do segundo trimestre também foi ajustada, com uma elevação de 6%, para R$ 7,4 bilhões. As ações da empresa acumulam no ano uma valorização de 17%.

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Para a BRF (BRFS3), o Goldman vê ganhos de curto prazo, com ajuda de operações de hedge, oferta equilibrada no mercado, exposição no Oriente Médio e as boas condições no mercado interno. É esperado um Ebitda ajustado de R$ 2,4 bilhões para o segundo trimestre. A recomendação é neutra, com preço-alvo de R$ 19,50, o que sugere uma queda em torno de 3%, mas o papel já subiu 52% no acumulado do ano.

Para a Minerva (BEEF3), o preço-alvo e de R$ 7,15 com recomendação de compra e potencial de valorização de 11% – ano, o papel cai pouco mais de 10%.


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Essa expectativa do Golman Sachs com as empresas de proteína se dá no momento de valorização desses papéis nos últimos pregões. Esse movimento ocorre após as notícias de que o Ministério do Comércio da China lançou uma investigação antidumping no início desta semana sobre as importações de carne suína da União Europeia (UE), após uma denúncia apresentada pela empresa estatal China Animal Husbandry Group, o que aumentou as expectativas em relação as exportações dos frigoríficos brasileiros.

Mas se há otimismo com o segmento de proteínas, o mesmo não ocorre com o de bebidas, mais especificamente, a Ambev (ABEV3), que registra uma queda de 17,7% nas ações no acumulado do ano até o momento.
O Goldman Sachs recomenda a venda dos papéis, devido à deterioração dos resultados nos últimos anos e volumes aquém do desejado. O preço-alvo para o papel é de R$ 12,10, com potencial de valorização de 8%.

“Após um primeiro trimestre nada inspirador, não vemos melhorias de volume e custos para o restante do ano”, avaliaram, em relatório.

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Já a Arcos Dorados, que tem a operação do McDonald’s na América do Sul e Central, a recomendação é de compra. A expectativa é a renovação do contrato de master fraqueador, o que deve ocorrer até agosto.

O preço-alvo é de US$ 13 para os papéis negociados em Nova York, o que representa um potencial de valorização de 41%. No ano, as ações da empresa acumulam queda de 29%. Para o Goldman Sachs, essa queda é reflexo de uma expectativa de royalties mais elevados e a abertura de 50 a 55 lojas ao ano pelos próximos 20 anos.