Eletronuclear espera financiar R$ 20 bi necessários para Angra 3 em até 20 anos

Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) deverá discutir em setembro sobre a retomada da obra

Reuters

Usina Nuclear Angra 3 (Divulgação)
Usina Nuclear Angra 3 (Divulgação)

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RIO DE JANEIRO (Reuters) – A conclusão da obra da usina nuclear de Angra 3 deve demandar ao menos cerca de 20 bilhões de reais, e a estatal espera financiar a maior parte do valor com um “pool” de bancos, em uma operação com prazo de até 20 anos, disse nesta quinta-feira o presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo.

Antes de qualquer movimento, contudo, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) deverá discutir em setembro sobre a retomada da obra, comentou Lycurgo, acrescentando que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sinalizou que a retomada das obras deve estar em discussão no órgão interministerial.

O presidente da empresa acrescentou que a captação junto aos bancos deve ser paga num prazo de 16 a 20 anos. Durante o evento, ele não comentou sobre os possíveis custos para os consumidores.

“Desistir de Angra 3 não é (custo) zero, é perder 14 bilhões de reais”, disse ele, referindo-se aos investimentos já feitos na usina, com parte das obras já realizadas. Haveria ainda o custo para desmontar o empreendimento.

“E para concluir (Angra 3) vai precisar de um pouco mais de 20 bilhões”, destacou Lycurgo, em evento no Clube de Engenharia do Rio de Janeiro.

“O grosso (do financiamento) vai ser pago pela Eletronuclear indo a mercado, captando, com ‘pool’ de bancos…”, adicionou ele.

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Projetada com 1,4 gigawatt (GW) de potência, Angra 3 teve suas obras iniciadas na década de 1980, mas ao longo dos anos elas foram paralisadas e reiniciadas algumas vezes. A companhia disse anteriormente que 67% da obra civil já foi realizada.

Outra prioridade da estatal é fazer até 2027 os investimentos necessários, estimados em 3 bilhões de reais, para estender o tempo de vida da usina de Angra 1 por mais 20 anos.

(Por Rodrigo Viga Gaier)