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A Eletrobras (ELET3;ELET6) protocolou nesta sexta-feira (12) registro para oferta secundária de até 130 milhões de ações preferenciais que detém da ISA Cteep (TRPL4), operação que está alinhada à sua estratégia de simplificação de portfólio e alienação de participações minoritárias e não estratégicas. Nesta sexta, os ativos TRPL4 caíram 4,24%, a R$ 25,95, enquanto ELET3 subiu 1,27% (R$ 39,10) e ELET6 avançou 1,03% (R$ 43,32).
A oferta das inicial será de 60 milhões de ações, mas ela poderá ser acrescida em 116,7% (70 milhões de ações) para atender eventual excesso de demanda. A fixação do preço está prevista para 18 de julho.
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Considerando o preço de fechamento dos papéis na véspera, de R$ 27,10, a operação pode movimentar mais de R$ 3,5 bilhões se for colocado o lote adicional.
A oferta tem como coordenadores Citigroup (coordenador líder), Itaú BBA, Safra e XP.
Dona de 35,74% do capital da Cteep, a Eletrobras chegou a lançar no ano passado uma oferta para vender sua participação na ISA Cteep, mas retirou-a da rua.
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Neste ano, a elétrica conseguiu “waiver” de debenturistas para avançar com transações de vários tipos, como transferências de ativos e alteração de controle de subsidiárias, o que deve permitir a retomada desse processo.
Executivos da transmissora haviam afirmado anteriormente que a operação era vista internamente com “bons olhos”, uma vez que tenderia a valorizar os papéis da companhia e permitir mais liquidez das negociações.
O JPMorgan aponta que, se a Eletrobras vender a base e oferta complementar, a Eletrobras ainda vai deter 80 milhões de ações TRPL4 a serem desinvestidos no futuro. “Acreditamos que a venda por etapas é uma estratégia para maximizar valor, caso contrário, o overhang sobre TRPL4 seria muito grande”, aponta o banco, que tem recomendação equivalente à compra para ELET3 e ELET6 e equivalente à venda para TRPL4.
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“A Eletrobras estaria trabalhando nesta oferta há meses. A justificativa é vender um ativo não essencial (TRPL4 é contabilizado pelo resultado de equivalência patrimonial) que está razoavelmente bem precificado pelo mercado, o que deverá contribuir para a reavaliação da Eletrobras. Além disso, acreditamos que o dinheiro arrecadado pode ajudar a Eletrobras a financiar o capex ou cumprir com as obrigações do balanço”, avalia o banco.
A TRPL4 está sendo negociada atualmente a 7% de TIR (Taxa Interna de Retorno) real, enquanto ELET3 está sendo negociado a 16% de TIR, o que significa que a alienação deverá agregar valor para a Eletrobras, segundo o banco. A oferta levou mais tempo do que o esperado porque essas ações estavam bloqueadas em depósitos judiciais. “Esta oferta não é uma surpresa, mas consideramos positivo que finalmente esteja ocorrendo”, avaliam os analistas.
O banco lembra que, no ano passado, TRPL4 caiu consideravelmente entre setembro e outubro, atingindo R$ 19,42 por ação em 31 de outubro, refletindo a iminência da oferta da Eletrobras. O adiamento da oferta desencadeou um short squeeze (com cobertura das posições vendidas). Como os analistas pensaram que a operação seria apenas uma questão de tempo, mantiveram recomendação equivalente à venda.
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“Nós achamos que essa operação irá enfraquecer as ações TRPL4, uma vez que representa 32% do classe de ações, e o overhang (pressão sobre os papéis) deve continuar, pois acreditamos que a Eletrobras passará para vender a participação restante mais tarde”, aponta.
(com Reuters)