Eletrobras (ELET3): Morgan Stanley elege ação como a nova ‘top pick’ do setor de energia para 2024

Banco considera que nome une boas iniciativas de gestão, como corte de custos, com cenário mais favorável para preços de energia

Camille Bocanegra

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Uma combinação de valuation atrativo e muitas iniciativas para criação de valor, que devem trazer resultados sólidos para 2024. Esta é a visão do Morgan Stanley para os papéis da Eletrobras (ELET3; ELET6), considerada a ação ‘top pick’ para 2024 no setor e classificada como overweight (exposição acima da média, similar à compra).

Os papéis da companhia subiam 1,83%, a R$ 41,78 para ELET3 e 0,84%, a R$ 46,59 para ELET6, às 13h (horário de Brasília) desta sexta-feira. Especificamente para os papéis ELET3, mesmo com desempenho tímido nos últimos 12 meses, com alta de 1,27%, e a queda discreta (1,1%) apresentada em janeiro, para o Morgan, os papéis da companhia seguem com avaliação atrativa, com potencial de valorização em 32% em relação à meta estabelecida de preço, em R$ 54,00.

Dentre os nomes que o banco considera para investimento no setor de utilities (energia e saneamento), está a Copel (CPLE6) e Sabesp (SBSP3), também consideradas overweight, além da Energisa (ENGI3) e Equatorial (EQTL3).

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Para a Eletrobras, o banco espera que os resultados do ano sejam impulsionados pela estratégia de corte de custos implementada no ano passado. Para 2024, há previsão de redução de despesas gerenciáveis (com meta de chegar a R$ 5,1 bilhões em 2026) e, por isso, o Morgan estima que o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) poderá aumentar R$ 1 bilhão com as iniciativas de cortes de custos.

Outro ponto favorável destacado é a gestão de passivos, que desde a privatização, tem apresentado números melhores. O principal deles foi a redução de obrigações de empréstimos compulsórios para R$ 19,1 bilhões (dos R$ 25,9 bilhões anteriores). A expectativa do banco é que haja um corte de 10% nas obrigações nessa natureza em 2024.

Além disso, na análise há a percepção de que os preços de energia têm se recuperado gradualmente desde setembro de 2023 e a expectativa é que o processo continue. Os preços atuais se apresentam abaixo do custos de desenvolvimento, o que traz limitações para novos projetos. A expectativa é que haja uma normalização gradual do equilíbrio entre oferta e demanda.

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“Essa volatilidade lembrou do risco de manter posições vendidas nos preços de energia e desencadeou a recuperação inicial dos preços de longo prazo de R$97/MWh em setembro de 2023 para R$136/MWh atualmente, de acordo com a DCIDE [empresa de informações para o setor de energia]. Acreditamos que a recuperação deve continuar gradualmente em direção ao nosso cenário base de R$150/MWh”, diz a análise.

Como principais riscos para o nome, o Morgan considera como maior deles o possível desfecho da ação direta de inconstitucionalidade (ADIN) atualmente em curso no Supremo Tribunal Federal. A demanda judicial questiona o poder de voto de 10% do governo federal na companhia, considerando que o ente detém 43% das ações com direito a voto. A ação foi submetida à Câmara de Conciliação por 90 dias (em 19 de dezembro de 2023) e o posicionamento dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado é que não houve violação constitucional na definição dos limites de poder de voto.

Em relatório desta semana, o Itaú BBA ressaltou que um possível acordo com o governo federal sobre a disputa pelos direitos de voto no STF eliminaria um grande risco para a companhia. “O processo de mediação já começou e esperamos que um acordo seja selado mais cedo do que o mercado espera. Muitos investidores internacionais que tivemos interações recentemente estavam mais cautelosos em relação à Eletrobras e temem uma resolução negativa em relação à disputa. Por isso, uma vez que esse assunto esteja resolvido, acreditamos que um fluxo positivo vindo de investidores internacionais deva chegar à ação”, afirmaram os analistas na ocasião, também mantendo recomendação equivalente à compra para os ativos ON da elétrica, mas cortando o preço-alvo de R$ 61,60 para R$ 53,50.

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